Faltando cerca de seis meses para a Copa do Mundo, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, concedeu entrevista a um jornal suíço, o 24 Horas, e criticou o Brasil pela organização do Mundial de 2014. Para o dirigente, o país começou tardiamente a preparação para receber o evento.
"O Brasil acabou de se dar conta que começou tarde demais. É o país com mais atrasos desde que estou na Fifa (1975, e como presidente, desde 1998) e foi o que teve mais tempo, sete anos, para se preparar", criticou Blatter à publicação europeia.
O presidente também comentou sobre as manifestações que o Brasil deverá ter durante a competição, e que já aconteceram na Copa das Confederações para questionarem o dinheiro gasto nas obras. "Não tenho medo. Sabemos que teremos manifestações, protestos. As últimas, durante a Copa das Confederações, nasceram nas redes sociais. Não tinham um objetivo concreto, nem uma reivindicação autêntica, mas durante o Mundial é possível que tenhamos algumas mais concretas, mais estruturadas", afirmou.
Blatter também não acredita que esses protestos atingam o futebol. "O futebol estará protegido, acredito que os brasileiros não atacariam ao futebol diretamente. Para eles, é uma religião", finalizou.
A Copa do Mundo começa dia 12 de junho, na Arena Corinthians, com o jogo entre Brasil e Croácia. A final será em 13 de julho, no Estádio do Maracanã.
Ministério do Esporte se defende das críticas
Ao saber das críticas de Joseph Blatter, o Ministério do Esporte enviou nota à imprensa para garantir que tudo estará pronto para a Copa, rebatendo o presidente da Fifa.
"As informações que chegam ao Ministério do Esporte, enviadas pelas autoridades encarregadas de preparar as cidades-sede para a Copa do Mundo e aquelas apuradas pelo próprio ministro, que a cada três meses visita as obras, dão conta de que o país estará pronto a tempo. O Brasil trabalha na preparação do Mundial desde que foi escolhido para sediar o torneio", ratificou o comunicado.