A Seleção acostumou o torcedor brasileiro, durante a Copa das Confederações de 2013, a gols no primeiro tempo. Alguns deles até "relâmpagos", como contra Japão (Neymar aos dois minutos), México (Neymar aos oito) e até na final contra a Espanha (Fred com um minuto). Mas, para a Copa do Mundo, Fred avisa que a dificuldade será maior e pede a compreensão necessária.

Tudo porque na vitória por 1 a 0 sobre a Sérvia, no amistoso da última sexta-feira (6), no Morumbi, os jogadores brasileiros ouviram vaias e até inquietação com o zero no placar. Foi o próprio centroavante o responsável por fazer a galera vibrar com a única bola na rede da partida, aos 13 minutos do segundo tempo.

"O torcedor viu na Copa das Confederações uma Seleção empenhada e marcando em cima, no campo do adversário, com gols sempre nos primeiros minutos. Mas a Copa do Mundo será diferente. É mais ou menos o que foi contra a Sérvia: um jogo muito físico e tático, com dificuldade para entrar na defesa. É disso para mais na Copa, desde a primeira fase. Se o torcedor não estiver preparado, nós provamos que estamos", afirmou o artilheiro.

A camisa 9 da Seleção Brasileira já foi vestida por nomes que foram unanimidade no gosto da torcida nacional. Careca e Ronaldo, só para citar os mais recentes, deixavam o ataque sempre com uma referência de peso.

Desde a aposentadoria do Fenômeno, a posição de centroavante não tem um nome que caia nas graças dos brasileiros. Mas parece que Fred está conseguindo garantir-se como o homem-gol do Brasil.

O artilheiro balançou a rede em 57,1% dos jogos em que foi escalado por Felipão: fez gols em oito dos 14 que jogou, sendo que em dois deles, contra Itália e Espanha, na Copa das Confederações de 2013, Fred deixou sua marca duas vezes.

O gol diante dos sérvios também gerou alívio para Luiz Felipe Scolari, que sempre confiou e deu moral ao futebol de Fred.

“Foi importante (o gol contra a Sérvia). No dia do jogo, pela manhã, ele me disse: ‘vivo de gols, tenho de fazer gols’. Estamos trabalhando para tirar essa ideia da cabeça dele. Ele é um dos que podem fazer gol. Se outro fizer, está ótimo. Mas é bom para mostrar que ele está voltando na melhor condição”, explicou Felipão.

O treinador da Seleção também deu mais garantias de que confia no centrovante: “Uma ou duas bolas ele mata”, destacou.

Mesmo reconhecendo o nível de exigência maior durante o Mundial, Fred adianta que a Seleção não vai deixar de fazer a tradicional pressão nos adversários no início dos jogos. Ainda assim, ele entende que o time está mais maduro e tem recursos para o caso de o "abafa" não dar resultado rápido.  

"É importante (a pressão no começo), porque é a nossa característica de jogo. Vamos jogar sempre agredindo. Estaremos em casa e temos um time com potencial para fazer isso. Quanto mais perto do gol adversário roubar a bola, melhor. Mas também estamos preparados para se não sair o gol ter tranquilidade e trabalhar a bola. Estamos amadurecendo", ressaltou o atacante.

Sem jogos marcados até a estreia contra a Croácia, na próxima quinta-feira (12), na Arena Corinthians, a Seleção deu folga para os jogadores e voltou a se reunir definitivamente neste domingo (8) de manhã, na Granja Comary, em Teresópolis.