Quatro anos depois de ser considerado o vilão da eliminação do Brasil na Copa do Mundo, o goleiro Julio César deu a volta por cima. Eleito o melhor homem do jogo, ele fez defesas importantes e defendeu dois dos três pênaltis perdidos pelo Chile na disputa que definiu a classificação brasileira para as quartas de final do Mundial.
Ao final da partida, o goleiro deu um depoimento completamente emocionado. Sem conter as lágrimas, ele falou sobre a vitória sofrida da equipe brasileira.
"Agradeço ao público que torceu, aos meus companheiros que me deram forças. É complicado, eu estou emocionalmente abalado, porque representar o seu país jogando em casa é uma pressão muito forte. Mas graças a Deus deu tudo certo", disse o camisa 1 da amarelinha.
Quando perguntado sobre sua emoção antes mesmo do início das cobranças, ele ficou calado por alguns segundos e, entre lágrimas, falou sobre o peso de ser considerado o culpado pelo fracasso na África do Sul.
"Quatro anos atrás eu dei uma entrevista muito triste, muito chateado, muito emocionado e hoje repito essa emoção, mas de felicidade".
Depois de mais uma longa pausa, ele continuou: "Só eu e minha família sabemos o que eu passei e o que eu ainda passo, mas eu sei que minha história na Seleção ainda não acabou. Meus companheiros estão dando muita força para que eu entre em campo e dê o meu melhor. Faltam três passos e eu espero dar outras entrevistas emocionado assim. É o meu maior sonho", afirmou o goleiro.
Já na zona mista, ele falou sobre a disputa por pênaltis que o consagrou e lembrou de outro goleiro que costumava se consagrar em disputas desse time.
"Antes de começar, nós nos unimos, o Paulinho também me disse palavras de apoio. Foi ótimo. Passa um filme pela minha cabeça. Eu lembro de 1994 com o Taffarel, de 1998 com o Taffarel e agora sou eu vivendo tudo isso. É gratificante. Quando tem um final feliz é bom, quando ter um final triste não. A caminhada é longa, o nosso caminho agora é só pedreira", lembrou Júlio.
Quando perguntado se já se sentia vingado pelo erro de 2010, ele foi enfático: "Não, eu quero ir até o Maracanã. Eu quero beijar aquela taça. Eu quero chegar lá".