Na semifinal, Felipão escalou time diferente do recomendado por Gallo e Roque Júnior

Olheiros da Seleção Brasileira aconselharam Luiz Felipe Scolari a escalar o time com Paulinho no lugar de Neymar e com Willian na vaga de Fred para fortalecer o meio-campo

Na semifinal, Felipão escalou time diferente do recomendado por Gallo e Roque Júnior
Felipão não seguiu as recomendações dadas por Alexandre Gallo e Roque Júnior e "bancou" a escalação contra a Alemanha (Foto: Ricardo Stuckert/CBF)
luisfranciscoprates
Por Luís Francisco Prates

Na última terça-feira (8), na partida entre Brasil e Alemanha, o técnico Luiz Felipe Scolari escalou Bernard no lugar de Neymar e manteve Fred entre os titulares, decisões que contrariaram as sugestões dadas por Alexandre Gallo e Roque Júnior, ex-jogadores que estavam encarregados de observar os adversários da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2014.

Gallo coordena as categorias de base da Confederação Brasileira de Futebol - assumiu o comando após o fracasso de Emerson Ávila com a Amarelinha no Sul-Americano Sub-20 de 2013, que deixou a Seleção de fora do Mundial da categoria - e era observador desde a última Copa das Confederações. Já Roque Júnior assumiu o posto este ano, a convite de Scolari, que o treinou no Brasil pentacampeão mundial de 2002 e no Palmeiras.

O time sugerido pelos olheiros era mais cauteloso: tinha Luiz Gustavo, Fernandinho, Paulinho, Oscar e Willian no meio-campo e somente Hulk mais adiantado no ataque. A finalidade era fortalecer o setor de meio-campo e deixá-lo mais próximo dos setores de defesa e ataque. Ou seja, Paulinho seria o substituto de Neymar e Willian entraria no lugar de Fred.

Entretanto, Felipão preferiu se manter mais "fiel" às escalações anteriores e não sacou Fred dos 11 iniciais. Com a ausência do camisa 10 Neymar, que teve uma vértebra fraturada durante o jogo contra a Colômbia, válido pelas quartas de final, e não poderia mais atuar no Mundial, o comandante escalou Bernard na sua vaga. O jovem de 21 anos é o reserva com características mais próximas à do craque da Canarinho. Scolari afirmou que tomou tal decisão visando às jogadas em velocidade na diagonal, às costas do lateral-esquerdo Höwedes, ponto fraco da defesa adversária.

No treinamento realizado na véspera da semifinal, o treinador havia testado duas formações e nenhuma delas tinha Bernard. A primeira contava com Paulinho e Daniel Alves e a segunda com Willian e Maicon. Fred estava em ambas as escalações e Bernard entrou no fim do treino, na vaga de Oscar. O objetivo era tentar despistar os jornalistas e o técnico alemão Joachim Löw.

"Dos 28 jogos em que treinei a equipe, o Bernard esteve em 24 e disputou 18, 17, 16, começando ou entrando depois. Ele sabe perfeitamente como jogamos e sabia de antemão que jogaria", justificou Felipão.

Na verdade, o meia-atacante do Shakhtar Donetsk-UCR, constantemente convocado para o selecionado nacional desde a época em que defendia o Atlético-MG, havia disputado 13 partidas pela Seleção Brasileira e marcado somente um gol, no amistoso contra Honduras, disputado no dia 16 de novembro de 2013 e vencido pelo Brasil por 5 a 0 em Miami, nos Estados Unidos.

Luiz Felipe Scolari não foi contrariado somente pelas estatísticas, mas também pelo próprio jogador, que declarou só ter tido conhecimento de sua escalação momentos antes do confronto. "Fiquei sabendo hoje (terça-feira) que jogaria. Mas jogador tem que estar preparado para jogar sempre. Foi uma derrota desagradável", revelou.

Depois da catastrófica derrota por 7 a 1 no Mineirão, em Belo Horizonte, a Seleção Brasileira se prepara para encerrar sua participação na Copa do Mundo no próximo sábado (12), contra a Holanda, no Estádio Nacional Mané Garrincha, na capital federal. O embate será realizado às 17h de Brasília.