Após polêmica com Vasco, Fluminense desmistifica 'lendas' sobre rebaixamentos em sua rede social

Tricolor lembrou das casos Ives Mendes, Sandro Hiroshi e Héverton em suas redes sociais

Após polêmica com Vasco, Fluminense desmistifica 'lendas' sobre rebaixamentos em sua rede social
(Foto: Reprodução/Facebok)
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Por Marcello Neves

O Fluminense foi à público colocar os 'pingos nos is' após nova polêmica envolvendo o Vasco e  rebaixamentos. Se o jargão 'pague a série b' se tornou popular entre os torcedores rivais, o clube - através de nota oficial - veio desmistificar as 'lendas' sobre casos do passado e explicou aos seus torcedores sua versão da história.

Através do Facebook, o Tricolor iniciou a nota lembrando do caso 'Ives Mendes' que ocorreu em 1997, onde a TV Globo teve acesso a gravações de telefonemas onde Atlético-PR e Corinthians estavam envolvidos em um esquema  de venda de resultados. Com isso a CBF modificou o campeonato, não valendo os critérios de rebaixamento do ano anterior.

Lembrou também do caso 'Sandro Hiroshi', em 1999, onde o atleta em questão se transferiu ao São Paulo de maneira irregular. Botafogo e Internacional foram os beneficiados na ocasião e o Gama terminou rebaixado. O clube brasiliense recorreu à justiça e o Brasileirão teve de ser reformulado para o ano seguinte. 

Por fim, comentou o caso 'Héverton' em 2013, onde o atleta da Portuguesa foi escalado de maneira irregular, acarretando na perda de pontos dos paulistas e, consequentemente, o rebaixamento. Um dia antes, o Flamengo também havia escalado André Santos de maneira irregular, também perdendo pontos, mas escapando da queda.

Tais polêmicas voltaram à tona após o vice-presidente de futebol do Vasco, José Luis Moreira, afirmar que o Fluminense 'devia' ao Vasco pela ajuda recebida na Copa João Havelange de 1999, onde supostamente teria ajudado o Tricolor a subir da Série C à A.

"Espero que o Fluminense se lembre que já passou por isso. E que nós os ajudamos a sair da Segunda Divisão. Eu vou ficar de olho, porque é um direito meu e um dever enquanto dirigente. É claro que isso tudo que aconteceu fora de campo pode influenciar, aumentar a rivalidade. Eu espero que não aconteça, porque os clubes são profissionais. Mas está no ar", afirmou o dirigente cruz-maltino, em entrevista ao jornal O Globo.

Por sua vez, Mário Bittencourt, vice-presidente de futebol do Fluminense, concedeu entrevista coletiva respondendo ao dirigente e afirmou que a lenda urbana não passa de  'uma mentira repetida mil vezes que vira verdade'.

"É a perigosa questão sobre uma "mentira repetida mil vezes que vira verdade". Obviamente que o Fluminense não deve nada ao Vasco. As pessoas sabem os motivos pelos quais teve a Copa Havelange. Em 1996 também não teve. Com relação a isso, lamentamos a entrevista dele, lamentamos a repetição dessa mentira, e nós aproveitamos agora essa oportunidade aqui para poder deixar muito claro que o Fluminense jamais teve qualquer tipo de ajuda."

Confira a nota na íntegra

Em uma sociedade cada vez mais influenciada por lendas divulgadas em redes sociais, a informação de verdade e o respeito à história às vezes ficam de lado. No fim do século passado, houve dois escândalos no futebol brasileiro que com o tempo caíram no esquecimento. Mais recentemente, apesar de o acesso aos fatos ser bem mais facilitado, ocorreu outra situação muito mal contada por parte da imprensa. Sem entrar em detalhes, já que tudo que vai ser colocado é público, vale a pena recordar...

Em maio de 1997, a TV Globo divulgou gravações de telefonemas que revelavam um provável esquema de corrupção que envolvia a venda de resultados em alguns jogos. Na época, a repercussão foi enorme. Atlético-PR e Corinthians eram os clubes envolvidos no que ficou conhecido como "Caso Ivens Mendes". Diante do cenário, então, a CBF modificou o próximo campeonato, assim como por sinal ocorreu diversas vezes sem grande alarde nos anos 1970 e 1980, não valendo os critérios de rebaixamento do ano anterior.

Já em 1999, durante o Campeonato Brasileiro, estourou o "Caso Sandro Hiroshi", atleta do São Paulo que supostamente havia se transferido de maneira irregular. Botafogo e Internacional, clubes que lutavam contra o rebaixamento, foram os únicos beneficiados nos julgamentos de seus recursos, ganhando os pontos de seus jogos contra o São Paulo. Com isso, o Gama caiu para a segunda divisão. O clube não aceitou e entrou na Justiça Comum contra a CBF. Resultado: em 2000, de novo, a competição foi reformulada.

Há dois anos, em dezembro de 2013, uma outra história bem diferente. Na última rodada do Campeonato Brasileiro, o Flamengo escalou André Santos de modo irregular no sábado e a Portuguesa fez o mesmo com Héverton no domingo. O fato mudou o destino da tabela final, deixando a Portuguesa em décimo sétimo lugar e o Flamengo em décimo sexto. Como o Vasco perdeu para o Atlético-PR e o Fluminense venceu o Bahia, ambos os jogos fora de casa, quem terminou em décimo quinto lugar foi o Tricolor.