Análise: bola parada e troca de posições na 'meiuca' ditam melhor atuação do Atlético-MG em 2018

Luan, Elias, Cazares e Otero mudaram constantemente de setores durante o primeiro tempo; venezuelano deu três assistências

Análise: bola parada e troca de posições na 'meiuca' ditam melhor atuação do Atlético-MG em 2018
Cazares foi melhor no mano a mano contra Lucas Romero (Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG)
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Por Charley Moreira

Esta tarde de 1º de abril marcou a melhor atuação do Atlético-MG em 2018. Na Arena Independência, a equipe comandada pelo promissor Thiago Larghi teve grande desempenho na vitória por 3 a 1 sobre o Cruzeiro, em jogo válido pela ida da final do Campeonato Mineiro, sobretudo no primeiro tempo.

Larghi repetiu a formação que venceu o América-MG por 2 a 0 no domingo passado (25), novamente no Independência, pelo duelo de volta das semifinais do Estadual. Um 4-1-4-1 com movimentações constantes dos quatro homens da segunda linha de quatro: Luan, Elias, Cazares e Otero.

Inicialmente, Luan atuava pelo lado direito, Elias e Cazares trabalhavam por dentro, e Otero ocupava o setor esquerdo. Porém, à medida que o jogo foi transcorrendo, houve muitas trocas de posições entre os quatros. Por vezes Otero apareceu no flanco direito, com Luan fechando por dentro, e Cazares deixando o centro para ocupar o lado esquerdo.

No primeiro tempo, o time alvinegro construiu mais ações ofensivas pela direita. O lateral Patric teve grande atuação, chegando bastante à frente e ajudando Luan/Otero em cima do lateral-esquerdo Egídio e do zagueiro Murilo (este último ficava na cobertura). Muitas triangulações foram criadas naquele setor.

O primeiro gol, inclusive, saiu de uma jogada originada pelo lado direito do ataque atleticano. Elias sofreu falta de Egídio. Na cobrança, Otero cobrou à meia altura, Ricardo Oliveira fechou no segundo poste e, de joelho, estufou as redes de Fábio.

É necessário, também, destacar a qualidade de Otero nas bolas paradas. Talvez o melhor jogador neste quesito atuando em solo brasileiro, o camisa 11 venezuelano deu as três assistências nos gols do Galo. No segundo tento, aliás, ele cobrou de perna esquerda o escanteio que resultou na cabeçada fatal do volante Adilson.

Otero começou jogando na esquerda, mas apareceu na direita várias vezes; ele foi o melhor em campo (Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG)
Otero começou jogando na esquerda, mas apareceu na direita várias vezes no primeiro tempo (Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG)

O terceiro gol saiu também em jogada originada em escanteio. Cazares passou para Otero, que jogou para a área, Ricardo Oliveira se desvencilhou na marcação e testou no canto direito do goleiro celeste.

O Atlético diminuiu o ritmo no segundo tempo – o que era esperado devido à forte intensidade que os comandados de Thiago Larghi colocaram sobre o Cruzeiro nos 45 minutos inicias. Não por acaso, os quatro meias mantiveram suas posições (Luan e Otero nas extremidades do campo; Elias e Cazares por dentro).

Destaque também para Adilson, que teve ótimo desempenho sendo o volante entre as duas linhas de quatro do 4-1-4-1. Auxilou a saída de bola – por vezes o goleiro Victor, no tiro de meta, o buscava para sair jogando pelo chão –; esteve tranquilo para encontrar a melhor opção de passe, mesmo sob pressão dos jogadores cruzeirenses; e deu combatividade a Thiago Neves, o articulador da Raposa.

A defesa atleticana não cometeu muitos erros e teve boa atuação. O gol do Cruzeiro saiu após Tomás Andrade e Patric se confundirem e não irem ao encontro da bola. Assim, Sassá passou para Thiago Neves, que rolou para Arrascaeta arrematar rasteiro.

No confronto dos técnicos, Thiago Larghi levou a melhor sobre Mano Menezes. Em entrevista coletiva pós-jogo, ainda no Independência, o jovem comandante destacou a assimilação das funções que os meio-campistas atleticanos têm de executar.

"Os jogadores estão bem conscientes da função que têm que fazer. Principalmente os jogadores que estão ali no meio-campo. A gente atuou bem coletivamente. Parabéns a todo o grupo. Faço questão de ressaltar o apoio dos outros que ficam no banco, que trabalharam hoje, desde o início, com o sentimento de grupo. O treino da semana foi bom, elevou o nível. É o que a gente fala: quando um treina bem eleva o potencial do outro. Os jogadores se aplicaram, e coletivamente tiveram um desempenho muito positivo", avaliou.

Substituições

Larghi foi melhor que Mano no primeiro jogo da final, mas não mexeu tão bem quanto o treinador celeste. O técnico do Galo tirou Luan, Elias e Adilson para colocar em campo Tomás Andrade, Yago e Arouco, respectivamente. Do outro lado, Mano sacou Rafinha, Raniel e Ariel Cabral, mandando a campo Arrascaeta, Sassá e Mancuello.

O gol do Cruzeiro começou com Mancuello, passou por Sassá, chegou aos pés de Thiago Neves, que achou Arrascaeta. Portanto, um tento que teve participação dos três atletas que saíram do banco de reservas. Ainda, é preciso salientar como Sassá mudou o ataque celeste depois que saiu do banco. Brigou mais com os zagueiros alvinegro, criou mais jogadas e acertou uma cabeçada fulminante que só não balançou as redes porque Victor fez um milagre.