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Retrospectiva VAVEL: Rico, Flamengo termina temporada sem título

Com ainda mais dinheiro, Rubro-Negro volta a fracassar em campo e termina a temporada sem títulos; novo presidente promete acabar com o "cheirinho" 

Retrospectiva VAVEL: Rico, Flamengo termina temporada sem título
(Arte: Rodrigo Rodrigues/VAVEL)
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Por Rafael Lisboa

Em 2017, o Flamengo decepcionou, mas chegou a três finais, conquistando o Campeonato Carioca após três anos. Nessa temporada, com nova receita superando os R$ 500 milhões, o Rubro-Negro manteve boa parte da base da equipe, fez boas movimentações de mercado, especialmente no meio do ano, mas voltou a fracassar, ficando novamente atrás do Palmeiras no Brasileirão, e eliminado no estadual, na Copa do Brasil e na Libertadores.

Melhor momento da temporada

Após a queda precoce no Carioca, o Rubro-Negro foi bastante contestado pelos torcedores e deu a resposta nas 12 rodadas iniciais do Brasileirão. Sob comando do novato Maurício Barbieri, a equipe da Gávea jogou um grande futebol e terminou o período pré-Copa na liderança, com quatro pontos de vantagem para os seguidores, Atlético-MG e São Paulo.

Paralelamente, o Flamengo conseguiu a tão esperada classificação para as oitavas de final da Libertadores, após oito anos, e com uma rodada de antecedência, mas acabou ficando na segunda colocação, atrás do River Plate e foi sorteado para pegar o Cruzeiro nas oitavas de final da competição.

Pior momento da temporada

Após a Copa do Mundo, o Rubro-Negro viu a distância para o São Paulo ir caindo, a medida em que as atuações também não eram mais as mesmas. O mês de agosto foi o mais complicado para a equipe rubro-negra, e praticamente determinou que a temporada teria o mesmo fim das anteriores.

A eliminação na Libertadores para o Cruzeiro, e a perda da liderança para o São Paulo foram dois duros golpes nos comandados de Maurício Barbieri, que seguiu no cargo até o golpe fatal, na eliminação da Copa do Brasil, para o Corinthians, em Itaquera. 

Quem foi destaque

(Foto: Gilvan de Souza/ Flamengo)
(Foto: Gilvan de Souza/ Flamengo)

A base do Rubro-Negro puxou mais da metade dos destaques da equipe em 2018. Vinicius JúniorLucas Paquetá Léo Duarte vieram do próprio clube para confirmarem as vagas na equipe titular. O atacante de 18 anos, já vendido ao Real Madrid, foi o grande destaque da primeira metade, e um dos maiores responsáveis pela liderança rubro-negra até a parada para a Copa do Mundo, quando se despediu da equipe e partiu para a Espanha.

Outro destaque principalmente na primeira metade do ano foi Paquetá. Junto com Vinicius, o meia comandou a parte central do campo, e atraiu olhares do mercado europeu, sendo vendido para o Milan, por 35 milhões de euros. Nos últimos meses do ano, teve uma queda de rendimento, mas nada que diminuísse o carinho do torcedor por ele.

Na defesa, o jovem Léo Duarte assumiu a titularidade no início de 2018, e não largou mais. Com técnica, bom posicionamento e fôlego, o zagueiro se transformou em um dos destaques da posição no futebol brasileiro, e também é cobiçado por clubes europeus mas, no momento, segue como titular absoluto da defesa rubro-negra.

Por fim, Cuéllar e Éverton Ribeiro também se destacaram. O volante foi um dos jogadores mais regulares da equipe, e mostrou porque é querido pela torcida rubro-negra. O camisa 7 superou o começo ruim e terminou 2018 com grandes atuações e lances decisivos. Ambos continuarão na equipe para 2019.

Quem decepcionou

Algumas peças decepcionaram em mais um ano, como Rômulo e Geuvânio, que não conseguiram compensar a empolgação pelas chegadas de ambos. O atacante colombiano Marlos Moreno, pedido de Rueda antes de sair, não teve sua chegada tão comemorada, mas também decepcionou, e só marcou uma vez com a camisa rubro-negra.

Com status de artilheiro, após a artilharia no Brasileirão 2017, Henrique Dourado foi o artilheiro da equipe em 2018, com 13 gols, mas as suas atuações não convenceram e o atacante terminou o ano em baixa com a torcida, e na reserva do time, após a chegada de Fernando Uribe.

Os treinadores

A temporada do Flamengo começou com um clima de indefinição sobre a permanência de Reinaldo Rueda, então especulado no comando da Seleção Chilena. Após manter contatos com o diretor Rodrigo Caetano, para falar sobre o planejamento no final de 2017, o treinador colombiano deixou o clube no início do mês.

Contratado para ser o coordenador técnico, Paulo César Carpegiani assumiu como técnico da equipe, e ficou até abril, quando foi demitido após a eliminação na semifinal do Campeonato Carioca, para o Botafogo, quando o Rubro-Negro tinha a vantagem do empate. Em seu lugar, Maurício Barbieri assumiu interinamente a equipe.

Após um começo titubeante, sendo chamado de "burro" durante a vitória sobre o América-MG no Maracanã, o jovem treinador foi efetivado no cargo após conseguir a classificação para as oitavas de final da Libertadores, após oito anos, e terminar o período pré-Copa na liderança isolada do Campeonato Brasileiro.

Porém, a queda da equipe no pós-Copa, a perda da liderança, e as eliminações na Copa do Brasil, para o Corinthians, e na Libertadores, para o Cruzeiro, pesaram bastante e Barbieri foi demitido faltando 12 rodadas para o fim do torneio nacional. Para o seu lugar, foi acertado o retorno de Dorival Júnior.

Com um início arrebatador, o Rubro-Negro voltou a sonhar forte com o heptacampeonato brasileiro, mas os empates contra Palmeiras e São Paulo, e a derrota para o Botafogo, praticamente impediram a conquista, e o treinador não conseguiu emplacar 2019 no comando da equipe da Gávea.

O que esperar para 2019

Com a eleição de Rodolfo Landim, a expectativa na Gávea é pela conquista de títulos, após a excepcional recuperação financeira nos últimos seis anos. Para isso, a diretoria contratou o experiente Abel Braga para comandar o Rubro-Negro em campo. Porém, em campo, a nova diretoria ainda não anunciou reforços. 

As novidades ficam por conta da busca por renovações com Diego e Willian Arão, além das saídas do capitão Réver, do meia Matheus Sávio e do volante Rômulo (os dois últimos por empréstimos), contestados pela torcida. O departamento de futebol, comandado por Marcos Braz, busca reforçar posições críticas da equipe, como zagueiros, laterais e ataque. Um meia para o lugar de Lucas Paquetá, também é prioridade para o início da temporada.