O atacante Marinho recentemente foi alvo de comentário racista do comentarista Fábio Benedetti durante a transmissão na derrota para a Ponte Preta por 3 a 1, ainda nas quartas de final do Campeonato Paulista, na rádio 97 FM.

Na transmissão, Benedetti é questionado sobre o que diria para Marinho, que acabou sendo expulso ainda no primeiro tempo da partida, em um grupo de WhatsApp com os jogadores do Santos. A resposta é, textualmente, a seguinte:

"Eu vou falar assim: "Você é burro, você está na senzala, você vai sair do grupo uma semana para pensar sobre o que você fez."

O comentário gerou revolta nós torcedores e no jogador, e acabou com a demissão do comentarista da Rádio 97 FM.

Em entrevista ao programa "Bem Amigos", do SporTV nesta segunda-feira (28), Marinho prometeu não descansar na luta contra o racismo. E novamente se posicionou sobre o tema.

"Quando o Hamilton faz isso, o LeBron faz isso lá nos EUA, eles têm muito respeito. Se no Brasil você vai fazer é muito mimimi, "Nutella", isso é aquilo. Mas eu vou defender a bandeira porque muita gente passa por isso e não tem voz ativa. Não ligo para o que vão falar de mim. O importante é eu saber, olhar para o próximo, pessoas que passam por isso diariamente, sofrem com isso nos empregos e não podem falar, se não vão ser mandados embora."

"Isso nos machuca. Porque lá fora as pessoas falam e têm respeito, elas recebem um abraço de todo mundo. Aqui, se a gente vai defender, muita gente vem e ainda crítica. Acredito que só no Brasil seja assim. É como eu falei, independente do que falam de mim, eu vou estar sempre brigando por aquilo que eu acho certo", disse Marinho.

O camisa 11 do Santos ainda citou a pandemia de Covid-19 como um tempo para as pessoas se aproximarem e fugirem de preconceitos.

"Quero que pessoas tenham mais empatia pelo próximo. Quando falo em igualdade não é só pela cor... É de ter empatia, amor pelas pessoas. A pandemia vem para nós ensinar sobre o que é amar. Torço muito para que a gente viva num mundo melhor", completou.