O Bragantino venceu de virada o Botafogo no Nilton Santos pelo placar de 2 a 1 nesta segunda-feira (16) pela 21ª rodada do Brasileirão 2020. Matheus Babi fez o único gol alvinegro, Ytalo empatou logo em seguida, e Claudinho converteu pênalti polêmico no fim do segundo tempo.

Era jogo de seis pontos na parte inferior da tabela. Glorioso e Massa Bruta foram para o confronto direto com os mesmos 20 pontos, ocupando 19ª e 18ª colocações respectivamente. Vencer significava sair da zona de rebaixamento em um momento importante, visto que as posições estão começando a se definir nesta segunda metade de campeonato. Nas últimas cinco rodadas, apenas uma vitória carioca e duas paulistas.

Estratégias

Era a estreia da nova comissão técnica do Botafogo, e o auxiliar Emiliano Díaz substituía o pai e técnico Ramón Díaz, que se recupera de procedimento cirúrgico. Éber Bessa foi titular pela primeira vez. Diego Cavalieri e Honda retornaram após Covid-19 e desgaste muscular, respectivamente. Já Kelvin ficou de fora por lesão. Esquema tático: 4-3-3. Diego Cavalieri no gol. Marcelo Benevenuto e Kanu formaram a dupla de zaga, enquanto Kevin na direita e Victor Luis na esquerda cuidaram das laterais. No meio-campo, Zé Welison, Caio Alexandre e Honda compuseram a trinca de volantes no primeiro combate e na transição ofensiva. Mais à frente, Bruno Nazário trabalhava na criação, Éber Bessa atacava pela esquerda, e Matheus Babi tomava conta da área com bastante mobilidade.

Maurício Barbieri não pôde contar com Edimar (lesão), Lucas Evangelista (suspenso) e Jan Hurtado (na seleção venezuelana). Em compensação, teve a volta do artilheiro Claudinho após cumprir suspensão. Esquema tático: 4-3-3. No gol, Cleiton. A zaga contou com Léo Ortiz e Ligger. Nas laterais, Aderlan pela direita e Weverson pela esquerda. O meio-campo tinha Ryller mais recuado no primeiro combate; Raul e Claudinho na construção ofensiva e na finalização. E, mais à frente, Artur atacava pela direita, Cuello pela esquerda, e Ytalo centralizava na área.

Glorioso cai de rendimento após início promissor, e Massa Bruta aproveita pênalti no fim

O Botafogo começou com intensidade. Com menos de 30 segundos, uma finalização. Também pressionava na saída de bola adversária e conseguia roubadas perigosas. Honda logo apareceu adiantado, como se fosse atuar como camisa 10, o que não chegou a se concretizar. Éber Bessa, que chegou a ser especulado como homem de área, ficou na ponta-esquerda, Bruno Nazário ora na direita ora centralizado e Matheus Babi perto da área.

Já o início do Bragantino foi de erros na transição, principalmente pela esquerda com Cuello, dando a bola ao Glorioso. A equipe paulista começou a conseguir pressionar no ataque, mas sem chutes no gol. As dificuldades na criação de jogadas continuavam. O time sentia falta do protagonismo de Claudinho, apagado pela esquerda. Aos 15 minutos, eram 55% de posse de bola e 4 a 0 em finalizações, ambos os números a favor da equipe carioca. Porém 0 a 0 em chutes a gol.

O Massa Bruta passou a ficar mais com a bola e mais presente no campo de ataque. O time da casa parava na marcação do Bragantino no último terço do campo. Além disso, não pressionava mais a saída adversária. Nos cinco minutos finais, a passe de bola mudou de lado: 53% para o visitante, que vinha apostando na bola alçada na área, principalmente pela esquerda. Honda saiu do meio e foi para a ponta-direita na tentativa de a bola alvinegra voltar a entrar na área.

E, aos 43 minutos, cruzamento de Victor Luís pela esquerda na cabeça de Matheus Babi na segunda trave, mal marcado, que colocou no contrapé de Cleiton para abrir o placar. No entanto, assim que a bola voltou a rolar, aos 45, Ytalo recebeu da direita na meia-lua, driblou a marcação e bateu no canto para deixar tudo igual em reação relâmpago. E ainda deu tempo de o Bragantino se animar na tentativa da virada.

O início da segunda etapa foi invertido comparando com o da primeira. Quem começou com marcação adiantada e conseguindo roubadas foi o Massa Bruta. A equipe paulista ameaçava no contra-ataque em velocidade e chegava perto da virada. Logo aos dez minutos, Weverson e Cuello saíram para as entradas de Luan Cânddo e Helinho, ou seja, mudanças no setor esquerdo. Claudinho havia melhorado, puxando jogadas e finalizando.

Aos 11, tudo igual em posse (50% a 50%). Já aos 18 minutos, 11 a 7 em finalizações a favor do Botafogo, com a superioridade alvinegra no quesito diminuindo. Mas ainda poucos chutes a gol de ambos os lados: 2 a 2. Pelo Glorioso, faltava Honda à frente, e Bruno Nazário chamando mais o jogo, como o homem de construção. Emiliano Díaz sacou, então, Caio Alexandre e Bruno Nazário para as entradas de Pedro Raul e Rhuan, apostando em povoar o ataque para sair com os três pontos.

Barbieri também mexeu: Ryller e Ytalo deram lugar a Matheus Jesus e Chrigor. E o visitante continuava perdendo chances reais, que poderiam custar caro. Até que, aos 35 minutos, superioridade recompensada: pênalti marcado, e polêmico. Kanu colocou a mão na bola em cima da linha da grande área após chute do próprio companheiro Marcelo Benevenuto tentando tirar. O VAR chamou o árbitro para revisão, mas a decisão foi mantida. Claudinho converteu para virar o jogo.

O Botafogo foi para mais trocas: Éber Bessa e Matheus Babi deram vez a Davi Araújo e Salomon Kalou. Do outro lado, Claudinho saiu para a entrada do zagueiro Fabrício Bruno, fechando o time para segurar o placar. Entretanto o mandante não produzia. Aos 49, eram apenas três finalizações no segundo tempo. Já nos acréscimos, Honda conseguiu enfiar dois belos passes para Kalou na área em raras aparições avançadas do japonês após o intervalo, mostrando em que posição rende. Mas foi só: 2 a 1 Bragantino de virada. Números finais: 61% em posse e 12 a 11 em finalizações para o Botafogo, porém 5 a 3 em chutes a gol para o vencedor.

Classificação e próximos compromissos

Deixando de pontuar em casa, o Botafogo continua na vice-lanterna da competição com 20 pontos, ainda a dois de distância para o primeiro time fora do Z-4, o Vasco. O próximo compromisso do Glorioso é, novamente, em casa contra o Fortaleza no próximo domingo (22) às 18h15.

Já o Bragantino, vitorioso no confronto direto fora de casa, deixou a zona de rebaixamento e pulou para a 15ª colocação, com 23 pontos. O Massa Bruta volta a campo nesta sexta-feira (20) às 20h, quando recebe o Bahia.