Orlando Rollo, ex-presidente do Santos, foi preso na manhã desta sexta-feira (18), em Santos, no litoral paulista durante uma operação policial. A operação, realizada pela Polícia Civil e pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado de São Paulo, investiga o tráfico de drogas e crimes contra administração pública.
As buscas foram realizadas nas primeiras horas do dia. Seis ordens de prisão foram expedidos pela Justiça do Estado de São Paulo, sendo quatro contra policiais civis, incluindo Orlando Rollo. Ele foi levado para a Corregedoria da Polícia Civil, em Santos.
A investigação, que tem participação da Polícia Federal corre em segredo de Justiça, e mais detalhes, como a identidade dos demais investigados, não foram divulgados.
Quem é Orlando Rollo?
Nascido em Santos, Orlando Rollo é bacharel em Direito e tecnólogo em Segurança Pública pela Unisanta e atua como investigador da Polícia Civil de São Paulo desde 2002.
Já na parte esportiva, Rollo fez um MBA em Marketing Esportivo e Psicologia do Esporte, curso de Gestão Estratégica de Esportes pela FGV e o curso oficial de Gestão de Futebol da CBF Academy. Além disso, ele também tem três especializações na área de administração esportiva pela UniBF (PR).
Sócio-torcedor do Santos desde 1993, ele foi conselheiro do clube em sete mandatos, entre 1999 e 2014 e de 2017 e 2020. No único mandato que ele tinha ficado de fora, foi entre 2014 e 2017, pois nas eleições para este triênio ele foi candidato, porém, ficou em quarto colocado.
Em 2017, ele retornou ao clube eleito como vice-presidente na chapa encabeçada por José Carlos Peres. Porém, em 2020, Peres sofreu um impeachment, e Orlando assumiu o cargo por três meses. Em janeiro, o eleito e atual presidente Andres Rueda assumiu.
A polêmica no mandato
O mandado durou pouco mais de 100 dias, um tempo curto, mas foi o suficiente para Orlando Rollo se envolver em uma das maiores polêmicas do clube nos últimos anos.
Em outubro de 2020, o então presidente do Peixe acertou a recontratação de Robinho, condenado por violência sexual em grupo na Itália. Porém, como a decisão na época ainda era em primeira instância e o jogador recorreu. Rollo acreditava na inocência do ex-atacante, o que não se confirmou posteriormente.
Grande parte da torcida santista se revoltou, e Rollo precisou recuar. Na época, o então disse que Robinho estava sendo "apedrejado" e que "não era ninguém para julgar o atleta".
Esta atitude teve um custo financeiro para o Santos, que perdeu um de seus patrocinadores. A Orthopride, empresa de ortodontia, rompeu contrato com o clube alvinegro, que também se viu pressionado pelas demais empresas que tinha algum vínculo com o Peixe.
O contrato de Robinho foi suspenso e, no fim, o ex-atacante nem sequer voltou a jogar pelo Santos e muito menos arrumou outro clube desde então.