Multi-campeão pelo Inter, Newton Albuquerque fala sobre desafios na carreira e relembra títulos no Colorado: "Foi a experiência mais marcante"

Gestor de futebol acumula títulos e grandes revelações do futebol mundial em sua gloriosa carreira.

Multi-campeão pelo Inter, Newton Albuquerque fala sobre desafios na carreira e relembra títulos no Colorado: "Foi a experiência mais marcante"
Foto: Divulgação/Think Sports
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Por Pedro Lopes

Newton Albuquerque Drumond é mais um dos grandes nomes dos bastidores do futebol brasileiro. Bi-campeão da Conmebol Libertadores e campeão mundial com o Inter, o gaúcho acumula história em grandes potências nacionais atuando como diretor de futebol profissional e de base.

Em um dos grandes desafios de sua carreira, Newton atuou como gerente de futebol profissional do Vasco da Gama e comentou sobre a transformação do clube carioca em SAF.

"Eu trabalhei no Vasco da Gama em 2018. Era uma época que a política era bastante perigosa. Muitos grupos políticos disputando poder e não foi diferente na época que eu que eu estive lá. Acho que o advento da SAF Vasco avi trazer ao Vasco da Gama esse equilíbrio político necessário e importante para que o clube consiga evoluir. A SAF pressupõe uma organização melhor, uma gestão melhor e alguém que tem um comando do grupo e não mais vários grupos políticos disputando o poder. Eu acredito que é SAF vai trazer o Vasco da Gama e esse equilíbrio político e uma tranquilidade para que as coisas possam ter um melhor encaminhamento", disse Newton.

Multicampeão pelo Colorado, Newton foi peça chave no momento mais glorioso do clube da Beira Rio, conquistando sete títulos gaúchos, duas Libertadores, uma Copa Sul-Americana duas Recopas,  o Mundial de Clubes e outros títulos pelo Inter.

"Foi a experiência mais marcante, sem dúvida nenhuma, até porque ela foi uma experiência que teve um princípio, um início. Ela coincide com o início da minha carreira como executivo de futebol. Na época não tinha nem essa nomenclatura, eu me lembro que quando assumi no começo de 2002 eu assumi como administrativo de futebol. A partir daí nós começamos a trabalhar dentro de um clube que tinha uma necessidade muito grande de organização. O Internacional infelizmente estava desorganizado no todo e nós começamos a ceiar processos que não existiam, começamos a crescer, começamos a entender como é que se contrata jogador, principalmente os a partir de 2003. 2002 foi muito difícil, mas em 2003 passamos a nos preocupar muito com o perfil do jogador. Evidentemente que não da pra desconsiderar a técnica, tinha que ser tecnicamente um bom jogador, mas também tinha que ser profissional, de comportamento adequado, com vontade de vencer, em busca ainda de daquele prato de comida e aí a gente começou a trabalhar isso. As coisas começaram acontecer".

"Anterior a 2002 eu tinha trabalhado na base do Internacional, tinha recuperado a base do Internacional com outras pessoas, pois no futebol não se trabalha sozinho, se faz com muitas outras pessoas e começou dar frutos esse trabalho na base do Internacional e começaram a surgir jogadores que ascenderam ao time principal e tiveram sucesso e o Internacional foi crescendo crescendo como equipe e como clube. Fomos fazendo um trabalho importante. Em determinado momento, o presidente Fernando Carvalho chamou a oposição para trabalhar junto com com ele na gestão e isso equilibrou o clube politicamente. Esse foi um momento importantíssimo para a minha carreira. Foi o que me deu a experiência que trago junto comigo e pego aquelas ideias para colocar no contexto atual" completou.

Por fim, Newton comentou sobre outro grande desafio de sua carreira. O experiente gestor foi o responsável por assumir a Chapecoense  em 2019, três anos após a tragédia do acidente áreo que chocou o mundo do futebol. Hoje em dia, o clube vive momento muito difícil e flerta com a série C. O dirigente ainda dissertou sobre o tamanho do lapso que vivia o clube em sua chegada.

"Eu estive na Chapecoense em 2019, três anos depois daquele terrível acidente. O clube sofre com isso. Acredito que até hoje o clube sofre com o  reflexo daquele daquele acidente. Na época ainda existia isso de uma forma bastante clara, mas a reconstrução, a busca de voltar ao grande momento, ela tava bem clara, era o objetivo dos dirigentes que tentavam retomar aqueles momentos importantes da Chapecoense, mas sabíamos da dificuldade, que era grande, porque foi um trauma muito difícil de se suportar. Então as coisas tinham dificuldades por isso. Procuramos fazero trabalho que era necessário fazer para atender as necessidades do clube, mas existiam as dificuldades, porque as coisas não se apagam de uma hora para outra, tem toda uma série de consequências devido ao fato e isso era latente aquela época".

Hoje não sei como é que tá, acredito que ainda hajam resquícios dos desdobramentos devido ao acidente, mas vai ser difícil de suportar, de vencer isso, sem dúvida nenhuma. A questão de estar flertando hoje com a série C é futebolista, creio eu. Claro que administrativamente deve ter alguma consequência do que aconteceu a época, mas isso são consequências do futebol", finalizou.