Enquanto jogadoras conhecidas do público brasileiro, como Cristiane, Formiga e outras, deram adeus à Seleção Brasileira recentemente, novas promessas começam a surgir como esperança para um futuro vitorioso. Natural de São Bento do Sul, Camilinha desponta como uma nova joia brasileira. A jogadora, de 23 anos, começou sua trajetória profissional no Kindermann, em 2012 e atualmente defende as cores da equipe norte-americana Orlando Pride.

Equipe vitoriosa no futebol feminino brasileiro, o clube catarinense foi o grande responsável pelo crescimento de Camilinha dentro do esporte. Em três anos como atleta do clube, a jogadora conquistou o tricampeonato catarinense (2012, 2013 e 2014) e foi convocada para a Seleção Brasileira Feminina Sub-20 pela primeira vez, onde se firmou como peça chave.

“Fiquei três anos no Kindermann e sempre serei muito grata ao clube pela oportunidade. As coisas foram acontecendo naturalmente e com muito trabalho estamos evoluindo a cada dia. Quando menina, eu não imaginava, que aquela criança de São Bento do Sul, interior de Santa Catarina, apaixonada por futebol, fosse um dia jogar por uma das equipes mais tradicionais do Brasil na modalidade, que é o Kindermann de Caçador, e depois recebesse a oportunidade de jogar em Orlando nos EUA”, disse a jogadora, em entrevista à VAVEL Brasil.

No mês de outubro, o Pride disputou pela primeira vez as semifinais da liga norte-americana, a NWSL, e foi eliminado pelo Portland Thorns. A meio-campista brasileira não participou da partida por ter rompido os ligamentos cruzados diante do NC Courage na última partida da temporada regular. Após a cirurgia, Camilinha pensa em bom retorno aos gramados.

“Infelizmente tivemos essa lesão chata, na qual, nenhum jogador gostaria de ter. Ainda mais pela fase positiva que eu estava atravessando tanto aqui no Pride quanto na seleção. Mas faz parte e temos que encarar de frente. Estou focada na recuperação, com fome de bola e certa de que voltarei ainda mais forte”, comentou.

Apesar da eliminação nos playoffs da liga, o Orlando Pride terminou a temporada em terceiro lugar em apenas no segundo ano de fundação do clube. Otimista, Camilinha avaliou seu desempenho pessoal e da equipe durante o torneio.

“Nosso time se formou durante a competição e acabou atrapalhando a sua primeira parte. Com o passar das rodadas o time foi ajustando e criamos a nossa identidade. Acredito que pude ajudar minha equipe e que, individualmente, também tive um destaque positivo com gols e assistências, mas já tracei novas metas para a próxima temporada e vou em busca de alcançá-las. Estamos no caminho certo para brigarmos pelo título ano que vem", pontuou.

Foto: Divulgação/RV Sports
Foto: Divulgação/RV Sports

Defendendo a equipe norte-americana, a jogadora acumulou quatro gols e cinco assistências na última temporada e formou um trio imbatível ao lado de Alex Morgan Marta. Juntas, elas foram responsáveis por 26 gols da equipe, equivalendo a 58% do total de tentos marcados pelo Orlando Pride.

"Tenho tentado extrair o que cada uma tem de melhor para tentar evoluir o meu jogo a cada dia que passa" - Camilinha

Para Camilinha, as companheiras de equipe são suas referências dentro das quatro linhas. “A convivência é excelente. Estou vivendo momentos mágicos por atuar ao lado de atletas que eu via pela televisão e as tinha como referência. Não escondo de ninguém a minha idolatria pela Marta! Enfim... tenho tentado extrair o que cada uma tem de melhor para tentar evoluir o meu jogo a cada dia que passa”, ressaltou.

Além de dividir espaço com grandes jogadoras do Orlando Pride, Camilinha também conviveu com a meio-campista Andressinha e a zagueira Bruna Benites, ambas do Houston Dash, ex-equipe de Camila. No último mês, as brasileiras se tornaram novos reforços do Iranduba para a disputa do Campeonato Amazonense. A camisa 9 do Pride demonstrou apoio às ex-companheiras e a modalidade feminina no Brasil.

“São grandes atletas, tive a honra de conviver e atuar com ambas. A chegada delas será muito importante para esse processo de valorização da modalidade, além do apoio da grande mídia. Porém, existem outras grandes jogadoras que já atuavam por lá e nada mais do que justo Manaus estar sempre nos holofotes. A cidade respira o futebol feminino”, bradou.