Após ser chamado a depor através de condução coercitiva, o presidente do Fluminense, Pedro Abad, se apresentou na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) nesta sexta-feira. O tema tratado foi a investigação da Operação Limpudus, sobre a relação entre os dirigentes de clubes do Rio de Janeiro e os chefes de torcidas organizadas - nesta manhã, três membros foram presos por associação criminosa e prática de cambismo.
Abad admitiu que cedeu uma quantidade de ingressos para as torcidas organizadas, mas negou que tenha repassado à fim de cambismo. O presidente lembrou também que o acordo foi até o mês de setembro e vem sofrendo com transtornos nas arquibancadas devido ao corte dos benefícios.
Ele afirmou que cedeu uma quantidade pequena de ingressos para organizadas até o fim do Campeonato Brasileiro, mas que não teve conhecimento de destinação diferente. E que os ingressos eram apenas para melhorar o desempenho do time dentro de campo.
"Em setembro, depois do jogo contra o Grêmio, com o time em situação complicada, chamamos as organizadas e fizemos um pacto pela união delas em prol do time. Nós nos propusemos a ajudá-los com uma quantidade bastante pequena de ingressos, 200 por jogo, para ser distribuída a todas as torcidas apenas e tão somente para que eles entrassem no estádio e frequentassem"
"O Fluminense nunca teve nenhum conhecimento de os ingressos serem repassados ou terem destinação diferente. E, de fato, como pode se constatar, a torcida se concentrou no mesmo lugar, com uma bateria só, e teve o efeito. O acordo era só até o final do Campeonato Brasileiro, quando depois nós voltaríamos a não fornecer nenhum tipo de ajuda, e até causou transtornos a mim. Eu tenho sido muito ofendido em estádios justamente porque a gente manteve nossa posição de não continuar com a ajuda. Isso foi pontual, a partir de setembro e acabou", disse Abad.
A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), o Ministério Público e o Juizado Especial do Torcedor, prenderam três líderes de torcidas organizadas na manhã desta sexta-feira (1). O próximo passo é entrar com mandado de busca e apreensão na sede dos clubes.
Por volta das 6h, foram presos o presidente da torcida organizada Young Flu, vice-presidente da torcida organizada Young Flu e o presidente da torcida organizada Força Flu. Há um quarto membro foragido. Todos irão responder por associação criminosa e prática de cambismo.