Alan Fonteneles: atual campeão paralímpico nos 200m quer brilhar outra vez no Rio

O paratleta tem duas Paralimpíadas na bagagem e uma medalha em cada uma; aos 24 anos, já quebrou recordes e superou ídolo da modalidade

Alan Fonteneles: atual campeão paralímpico nos 200m quer brilhar outra vez no Rio
As limitações de seu corpo nunca foram barreira nenhuma para Alan. (Foto: Reprodução)
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Por Nila Maria

Sem as duas pernas abaixo do joelho desde os 21 dias de vida devido a uma má-formação congênita, Alan Fonteles nunca viu barreira alguma que o impedisse de alcançar o que desejava. Aos oito anos, mesmo com proteses inadequadas, o que o garoto queria era correr. Assim, o esporte entrou na sua vida, para mostrar que jamais haveria obstáculo grande demais

Em 2005, o paraense participou do Campeonato Brasileiro de Atletismo e descobriu que havia nascido para ser campeão. Conquistou sua primeira medalha de ouro na modalidade que escolheu aos 13 anos de idade.

Repetiu o feito em 2007, agora com 15 anos e, no ano seguinte, ganhou duas medalhas de ouro e uma de bronze do Campeonato Mundial de Atletismo, nos Estados Unidos. 2008 também foi o ano da Paralimpíada de Pequim, a primeira da qual Fonteles participou. Com apenas 16 anos, esteve no pódio paralímpico com a prata. 

Alan queria mais. Agora maior de idade, em Londres, o atleta quebrou o recorde paralímpico do favorito ao ouro na época, Oscar Pistorius, e conquistou a medalha de ouro representando o Brasil. 

No ano seguinte, superou o sul-africano novamente no Mundial de Atletismo Paralímpico nos 200m T43, com mais um ouro entre suas conquistas. 

Alan se deu, em 2014, um ano de descanso das competições. Foi alvo de muitas críticas, pois neste período ganhou peso. Dos 70kg que pesava no Mundial de 2013, agora havia aumentado 5kg. Porém, nos Jogos Para-Panamericanos de Toronto, em 2015, consagrou-se campeão, mostrando que sua forma física não havia feito diferença alguma em seu desempenho. 

O atleta, agora, se encaminha para sua terceira Paralimpíada. Desta vez é em casa. Sabe que o desafio não será simples, reconhece o potencial e a capacidade dos outros atletas, mas já deixou claro que estará lá para dar o seu melhor. Em julho, Alan foi o primeiro representante brasileiro a acender a chama Olímpica no revezamento, em Brasília.

Ele acredita que os Jogos no Brasil, tanto os Olímpicos quanto os Paralímpicos vieram para mudar e engrandecer a cultura esportiva e paraesportiva no país. Crê que, assim como na Olimpíada, o Engenhão estará cheio de torcedores que prestigiarão as provas do atletismo. 

Haja o que houver, seja qual for o resultado, Alan Fonteles sabe que a oportunidade de correr em seu próprio país é única. Certamente, aproveitará e fará um excelente trabalho.