A estratégia definiu o Grande Prêmio da China de Fórmula 1, neste domingo (16) em Shanghai. Na 31ª volta, enquanto Valtteri Bottas liderava com a Mercedes e era seguido por Sebastian Vettel da Ferrari, o acidente entre os companheiros de Toro Rosso, Pierre Gasly e Brendon Hartley, trouxe o safety-car. Naquele momento, com as principais equipes tendo pneus com 10 a 13 voltas de uso, a Red Bull arriscou e chamou Daniel Ricciardo e Max Verstappen para colocar pneus macios novos. O resultado foi surpreendente: Ricciardo voou na pista e venceu a prova, enquanto Verstappen, que vinha para a dobradinha, bateu em Vettel e foi punido, terminando em sexto.

Após a corrida, o chefe da Mercedes, Toto Wolff, foi perguntado sobre a estratégia da equipe rival e porque não a adotou – especialmente com o tetracampeão Lewis Hamilton, que estava entre as Red Bulls quando o safety-car foi acionado e terminou em quarto. Segundo Wolff, a Mercedes não fez uso da mesma tática porque não pensou que ela traria tanta vantagem, e que ninguém na escuderia alemã sequer imaginou que o ganho da Red Bull na pista seria tão grande como realmente foi.

Nós pensamos naquele momento que a posição de pista seria mais benéfica. Você pode ver que no primeiro stint não houve ultrapassagens. O pneu do Lewis (Hamilton) naquela hora era um médio, com 10 voltas de uso. Nosso cálculo previu que o médio duraria até o fim, e que não teríamos tanta vantagem de performance colocando macios novos. A vantagem foi muito maior do que esperávamos. Olhando para trás, o mais correto com certeza teria sido colocar o pneu macio pela segunda vez. Mas ninguém na equipe, incluindo a mim mesmo, pensou que era a coisa certa a se fazer”, disse Wolff.

Além disso, Wolff foi perguntado se houve alguma influência da Ferrari – grande rival da Mercedes no campeonato e que também não colocou os macios durante o safety-car. O austríaco negou qualquer tipo de foco excessivo na equipe italiana, e garantiu que a estratégia não foi utilizada porque as simulações iniciais previam um melhor rendimento com o uso dos pneus médios até o fim.

As Ferraris e as Mercedes decidiram pela mesma estratégia, ficamos fora disso. Não acho que foi uma questão de foco, e sim de fazer a corrida mais rápida. E foi assim que as nossas simulações nos mostraram. Não sei se a Red Bull ficou surpresa com o ritmo deles, mas nós ficamos e todos os outros também. Nessas condições, era a coisa certa a se fazer. Não estava no nosso radar”, complementou.

Enquanto o inglês Lewis Hamilton terminou em quarto, a outra Mercedes, do finlandês Valtteri Bottas, chegou na segunda colocação. Após três corridas em 2018 a Mercedes ainda não venceu, mas lidera entre os construtores com 85 pontos – apenas um a frente da Ferrari. A próxima corrida da temporada é o Grande Prêmio do Azerbaijão, nas ruas de Baku, no dia 29 de abril.