Japão e Grécia empatam sem gols e seguem sem vencer na Copa do Mundo

Com um a mais desde o fim do primeiro tempo, a seleção nipônica encontrou muitas dificuldades para furar o bloqueio grego e não conseguiu o gol; mesmo com a desvantagem numérica, helênicos levaram perigo e por pouco não alcançaram a vitória

Japão e Grécia empatam sem gols e seguem sem vencer na Copa do Mundo
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Por Guilherme Bianchini

A vitória era fundamental para os dois seguirem com chances de classificação na Copa do Mundo. Foi com esse espírito que Japão e Grécia mediram forças na noite desta quinta-feira (19), na Arena das Dunas, em Natal, em partida válida pela segunda rodada do Grupo C. Pior para ambos, que empataram por 0 a 0 - o terceiro jogo sem gols da Copa - e seguem sem vencer no Mundial, com apenas um ponto ganho.

Com o resultado, os japoneses conquistaram seu primeiro ponto na Copa do Mundo e ocupam a terceira colocação do Grupo C. Para conseguir a classificação na última rodada, os asiáticos precisam vencer a líder, e já classificada, Colômbia na Arena Pantanal e torcer por um tropeço dos marfinenses, que duelam com os gregos no Castelão. 

Os helênicos também alcançaram o primeiro ponto no Mundial do Brasil, mas amargam a lanterna da chave por ter um saldo negativo de três gols. Entretanto, os europeus vão para a rodada derradeira com chances de classificação. Para alcançar as oitavas de final, a Grécia precisa vencer a Costa do Marfim e torcer por um tropeço japonês em Cuiabá. A decisão do Grupo C acontece na próxima terça-feira (24), às 17h00 (Brasília).

Confronto de estilos e equilíbrio na etapa inicial

As duas seleções iniciaram a partida dentro de suas conhecidas propostas de jogo. O Japão valorizava a posse de bola, tentava imprimir velocidade e via a Grécia se entrincheirar em seu campo de defesa e tentando explor os contra-ataques que eram oferecidos pelos japoneses. E o estilo dos gregos funcionou melhor durante os 15 minutos iniciais, com os europeus chegando com facilidade à área dos asiáticos em duas oportunidades, mas pecando nas finalizações.

Precisando criar mais chances, a seleção japonesa recorreu aos tiros de média e longa distância para igualar as ações da partida. Quem mais levou perigo ao gol de Karnezis foi o atacante Osako, que obrigou o arqueiro grego a fazer três boas defesas. Com espaço no meio-campo, os nipônicos foram prejudicados pela má atuação de Keisuke Honda na primeira etapa, que deixava a desejar e pouco aparecia para municiar o ataque. Shinji Kagawa, principal nome japonês e outra opção na armação de jogadas, começou a partida no banco de reservas e sua ausência também foi sentida. 

Já na parte final do primeiro tempo, as coisas começaram a desandar para a Grécia. Em um espaço de cinco minutos, o atacante Mitroglou se machucou e teve que dar lugar a Gekas, ao passo que Katsouranis cometeu falta imprudente e levou o segundo cartão amarelo, sendo expulso aos 37 minutos de jogos. Para compor o meio-campo, o treinador Fernando Santos tirou um improdutivo Fetfatzidis e colocou o experiente Karagounis em campo.

O cartão vermelho surtiu efeito contrário e a seleção grega tomou conta dos minutos finais, só não abrindo o placar porque Kawashima fez excelente defesa após chute à queima roupa de Torosidis. Na última chance antes do intervalo, Samaras também desperdiçou boa chance no jogo aéreo, após falta cobrada por Karagounis. 

Grécia cansa e Japão melhora, mas não tira o zero do placar

Na volta para o segundo tempo, Alberto Zaccheroni resolveu avançar o time japonês dentro de campo e tirou o volante Hasebe para a entrada de Endo, em uma tentativa de dar maior qualidade às bolas paradas dos Samurais Azuis. A substituição não surtiu efeito nos dez primeiros minutos e o treinador fez outra alteração. Após os pedidos da torcida, a estrela Kagawa entrou em campo buscando melhorar a criação de jogadas dos japoneses.

Como se estivessem vivendo uma jornada épica, tradicional da cultura local, os gregos ignoraram a inferioridade numérica e foram em busca da vitória. Sem muita organização, os meias europeus tentavam as bolas aéreas a todo momento, sempre procurando Samaras e Gekas na grande área. Em uma delas, Gekas subiu após cobrança de escanteio e cabeceou com força no canto, mas Kawashima fez ótima defesa e impediu que o placar fosse aberto.

Com dedicação redobrada em virtude do homem a menos, a Grécia sentiu o cansaço após pressionar nos 20 primeiros minutos. Com isso, o Japão aproveitou para tomar as rédeas da partida e imprimir seu ritmo de jogo. Com o meio-campo povoado, as chances foram surgindo sob a batuta de Kagawa. Na principal delas, o camisa 10 deu lindo lançamento para Uchida e o meia escorou para a área. Okubo apareceu livre ne pequena área e isolou, perdendo grande chance de marcar.

Com o término do embate se aproximando, o desespero aumentava para as duas seleções. A seleção japonesa era toda ataque, mas sentia falta de uma referência na área para concluir melhor as oportunidades criadas. Já aos 40, Nagatomo avançou pela esquerda e soltou a bomba para o meio da área, mas Okubo cabeceou mal e a bola saiu por cima da meta de Karnezis. Na última chance dos Samurais, Endo cobrou falta na meia-lua e Karnezis apareceu mais uma vez para fazer ótima defesa e assegurar o empate até o apito final.