Depois de três temporadas seguidas batendo na trave e não conseguindo ganhar nenhum título, sendo duas vezes vice-campeã da Serie A e uma vez vice da Copa da Itália, a Roma demonstrou sua ambição para a temporada 2015/16 no mercado, contratando reforços como o egípcio Mohamed Salah e o bósnio Edin Dzeko. Além disso, os giallorossi mantiveram a base do time que reconduziu o clube à Uefa Champions League e ao topo da tabela da liga italiana. Salah vem fazendo uma ótima temporada e é um dos pilares da equipe. Mas um dos jogadores mais importantes está no elenco desde a temporada 2011/12. Trata-se do camisa 15 Miralem Pjanic.

O bósnio chegou à Roma depois de um pagamento de 11 milhões de euros feito pelos italianos ao Olympique Lyonnais. Pjanic conquistou seu espaço na equipe aos poucos desde então e hoje é peça fundamental no elenco, sendo um dos principais articuladores no meio de campo da equipe. Desde que Rudi Garcia chegou ao clube, os giallorossi acostumaram-se a jogar num 4-3-3 com dois meias que chegam bem ao ataque. Atualmente, essa função é de Nainggolan e Pjanic, que contam com a proteção de De Rossi, volante mais recuado. Nainggolan tem alto poder de marcação e, com isso, o bósnio tem mais liberdade para atuar no último terço do campo.

O crescimento de produção do meio-campista pode estar diretamente relacionado com a chegada de seu compatriota Edin Dzeko. O centroavante chegou ao clube com a missão de resolver o problema do ataque romanista e assumiu a camisa 9, além de ser titular absoluto no esquema de Garcia. Com isso, o ídolo Francesco Totti perdeu espaço no time e, consequentemente, Pjanic ganhou a missão de ser o principal articulador da equipe, a cabeça pensante do ataque giallorosso. Com Totti em campo, o camisa 10 frequentemente jogava como um falso nove, recuando e tentando armar as jogadas para os velocistas como Gervinho. Com Dzeko, a Roma passa a ter um centroavante e Pjanic torna-se o principal armador da equipe.

A importância do bósnio é facilmente perceptível se analisarmos as estatísticas da Roma na atual temporada. O clube tem o melhor ataque da Serie A, com 27 gols marcados em 12 jogos. Miralem participou de dez jogos, marcando cinco gols e assistindo outros cinco. Ou seja, o camisa 15 foi decisivo em mais de um terço dos gols marcados pelo clube, mesmo sem ter participado de todas partidas. Além disso, nos três jogos em que participou na Uefa Champions League (não jogou contra o Barcelona, lesionado), também participou de três gols, marcando dois e dando passe para mais um. A média do bósnio é excelente: uma participação em gol por jogo. Para efeitos de comparação, na temporada 2014/15 Pjanic marcou cinco gols e deu passe para outros 10 nas 34 partidas que disputou pela Roma na Serie A. Nas competições europeias, passou em branco.

O crescimento de produção do bósnio passa também por um excelente aproveitamento que o jogador tem tido nas cobranças de faltas. Com a ausência de Totti, Pjanic também assumiu as cobranças de faltas e de escanteios. Dos sete gols marcados por ele na atual temporada, cinco vieram de bolas paradas. Quatro em cobranças de falta e um numa cobrança de pênalti. Ex-companheiro de Juninho Pernambucano, Pjanic mostra que aprendeu mesmo com o brasileiro: é atualmente o segundo jogador com maior número de gols em cobranças de falta desde 2011/12, ficando apenas um gol atrás do veterano Andrea Pirlo. No entanto, Miralem teve maior aproveitamento, convertendo aproximadamente 15% de suas cobranças, enquanto que Pirlo marcou em pouco mais de 10% das oportunidades.