Os frequentes erros de Philippe Mexès e Cristian Zapata já não eram suportados pela torcida do Milan. A sempre cornetada lentidão de Alex, também. Visível, a saudade de nomes que, em Milão, tornaram-se ídolos, como Paolo Maldini, Franco Baresi e Alessandro Nesta, acentuava o desejo em ter novos nomes na defesa rossonera. Nos meses que antecediam o início da temporada que acabara de se encerrar, o nome de Alessio Romagnoli, 21, foi o mais forte e preferido pela torcida, que viu nele a esperança de recompor o setor que, em toda a história do Diavolo, sempre foi ocupado por excelentes jogadores.

Alessio chegou ao Milan em agosto de 2015 e logo assumiu a titularidade. A dúvida, desde então, estava em quem seria o seu companheiro de zaga. Alex? Mexès? Zapata? Quem sabe o também jovem Rodrigo Ely? De fato, nenhum desses foi um titular absoluto, mas Alex foi quem mais atuou a seu lado. Apesar de criticado, o experiente brasileiro conseguiu uma certa regularidade nas partidas e pouco comprometeu, ganhando a confiança do então treinador Sinisa Mihajlovic.

Prejudicado por lesão, Ely foi pouco aproveitado pelo técnico sérvio e ainda menos por Cristian Brocchi, interino que esteve à frente da equipe na reta final da Serie A e na decisiva partida contra a Juventus, pela Copa Itália. Por outro lado, o lateral-esquerdo Luca Antonelli, 29, foi figura fundamental no time e uma base sólida na defesa, não permitindo que o jovem zagueiro se tornasse uma estrela solitária.

Foto: Claudio Villa/Internazionale/Getty Images

Esperava-se muito de Romagnoli; antes mesmo da confirmação de sua chegada, o italiano era comparado a Nesta, zagueiro que, em campo, honrou o manto rossonero durante dez anos. Mas devemos chamá-lo por 'novo Nesta'? Talvez seja muito cedo para tal alcunha. É muita responsabilidade, indevida, a ser colocada nos ombros de um atleta que já carrega uma camisa tão pesada.

Alessio precisa não se preocupar em seguir os passos de Alessandro, mas em trilhar o seu caminho, escrever a própria história. Manteve-se titular e fez belas partidas, destacou-se com desarmes e nas jogadas aéreas, tornando-se o maior nome da posição no elenco atual. Contudo, seu amadurecimento é necessário para que haja maior autoconfiança e o tomar da responsabilidade, o que é esperado pela torcida.

Romagnoli foi atuante em sua primeira temporada em Milão e, junto ao goleiro Gianluigi Donnarumma, 17, ao lateral-direito Davide Calabria, 19, e aos volantes Manuel Locatelli, 18, e Josè Mauri, 20, formou a jovem guarda milanista, que, em meio a um cenário onde o escudo do heptacampeão europeu é ofuscado, precisou ir a campo mostrar serviço, haja vista às atuações nada eficientes de jogadores experientes, como Mario Balotelli e Kevin-Prince Boateng.

Romagnoli e Donnarumma em treino da seleção sub-21 (Foto: Paolo Bruno/Getty Images) 

Defendendo a Seleção Italiana sub-21, tem feito jus ao que é esperado. Seguro, é o xerife da categoria. Nos próximos anos, a expectativa é que o zagueiro possa ser chamado para integrar a seleção principal e, quem sabe, participar da Copa do Mundo de 2018, na Rússia. Para isso, o perfil do próximo treinador da Azurra, além de suas atuações pelo Milan, serão fundamentais.