O Flamengo derrotou o Botafogo pelo placar de 1 a 0 neste sábado (5) pela 24ª rodada do Brasileirão. No Nilton Santos, Everton Ribeiro foi o autor do único gol. Já no fim do jogo, Victor Luis e Gustavo Henrique foram expulsos de forma direta, em lances separados.

O clássico carioca da rodada trazia adversários em pontas opostas da tabela: na de baixo, o Glorioso ocupando a vice-lanterna da competição, a cinco pontos de sair do Z-4; na de cima, o Rubro-negro em terceiro lugar, também a cinco pontos do líder. Apesar do desequilíbrio, ambas as equipes estavam em cenários negativos. Enquanto o time de General Severiano vinha de sete rodadas sem vencer e quatro derrotas seguidas no campeonato, o da Gávea chegava com duas eliminações recentes (Copa do Brasil e Libertadores).

Além disso, as situações dos dois técnicos não eram confortáveis. Eduardo Barroca estreava sua segunda passagem pelo time profissional do Botafogo, mas afastado do campo por ainda estar com Covid-19. Já Rogério Ceni precisava dar estabilidade ao desempenho do Flamengo, até para que seu cargo também permanecesse estável.

Estratégias

Eduardo Barroca, ainda afastado por Covid-19, teve o auxiliar Felipe Lucena comandando o clássico. Problemas na defesa: Kanu e Kevin estavam suspensos. No ataque, Rhuan voltou a ter oportunidade como titular. Esquema tático: 4-3-3. Diego Cavalieri no gol. Marcelo Benevenuto e Rafael Forster formaram a dupla de zaga, enquanto Marcinho na direita e Victor Luis na esquerda cuidaram das laterais. No meio-campo, Zé Welison era o nome mais recuado no primeiro combate; Caio Alexandre e Honda foram os responsáveis pela transição ofensiva e construção. Mais à frente, Bruno Nazário entre a ponta-direita e o centro, Rhuan na ponta-esquerda em velocidade, e Pedro Raul tomando conta da área, também saindo para buscar o jogo.

Rogério Ceni teve como única mudança em relação ao último jogo (contra o Racing) a entrada do artilheiro Pedro no lugar de Vitinho. Esquema tático: 4-4-2. Diego Alves no gol. Gustavo Henrique e Rodrigo Caio formaram a dupla de zaga, enquanto Isla e Filipe Luís cuidaram das laterais. No meio-campo, Willian Arão e Gerson compuseram a dupla de volantes, dando o primeiro combate e iniciando as jogadas ofensivas; mais à frente, Everton Ribeiro e Arrascaeta foram os responsáveis pela criação ofensiva. No ataque, Bruno Henrique ameaçava em velocidade pela esquerda, e Pedro marcava posição na área como centroavante.

Glorioso surpreende no início, mas superioridade rubro-negra não demora a aparecer

Foto: Vítor Silva/Botafogo
Foto: Vítor Silva / Botafogo

O clássico começou quente no Rio de Janeiro. Com 20 segundos, defesa de Diego Alves em bom chute de Pedro Raul pela direita. Com dois minutos, cartão amarelo para Rhuan. A promessa, então, era de jogo movimentado. Surpreendentemente, quem iniciou na pressão ofensiva foi o Botafogo, que também postava marcação alta e chegava a obrigar o Flamengo a recuar com a bola para seu campo de defesa.

Já ao Rubro-negro, faltavam objetividade e profundidade, trocando muitos passes laterais no meio-campo. Bruno Henrique e Pedro pouco haviam tocado na bola, enquanto Arrascaeta e Everton Ribeiro encontravam poucos espaços. Entretanto as posturas não se mantiveram por muito tempo. O Glorioso passou a focar no contra-ataque, e o time da Gávea foi tomando conta de grande parte do gramado. Aos 17, eram 63% em posse de bola para o visitante e 3 a 3 em finalizações.

O Flamengo melhorou, encontrando espaços no campo de ataque e usando agora a superioridade em posse de bola no setor. Do outro lado, o Botafogo havia parado com a marcação forte na frente e atrás. Uma das armas rubro-negras consistia em explorar o cruzamento, principalmente com Filipe Luís. Gerson ia bem na partida, munindo o ataque do meio-campo. Nesse momento, os chutes passaram para 8 a 3 a favor do visitante, evidenciando a evolução.

Honda e Bruno Nazário, os nomes de construção e criação, não encontravam a bola ou, quando encontravam, não trabalhavam com ela por muito tempo. Já nos acréscimos, o japonês chegou próximo à linha de fundo pela primeira vez e conseguiu encontrar Pedro Raul dentro da área para uma finalização de perigo, mostrando a qualidade do meia quando sobe. Na ida para os vestiários, 71% de posse e 9 a 7 em finalizações, ambos os números para o Rubro-negro, mas somente 1 a 1 em chutes a gol.

A segunda etapa começou da forma como a primeira terminou, com domínio visitante. Honda passou a fazer marcação individual em Gerson, o que dificultaria para o japonês render próximo à área adversária. Com cinco minutos, Rhuan e Pedro Raul já haviam puxado um contra-ataque cada, pelos lados, mas sem sucesso. O Flamengo aparecia inteiro no campo de ataque, rodando a bola e encurralando o Botafogo.

Foto: Alexandre Vidal / Flamengo
Foto: Alexandre Vidal / Flamengo

Até que, aos nove minutos, Marcinho devolveu bola arriscada para Marcelo Benevenuto, Gerson deu o bote certeiro, passou atrás para Everton Ribeiro em posição frontal ao gol, e o camisa 7 concluiu para abrir o placar. Felipe Lucena, então, sacou Zé Welison e Rhuan para as entradas de Matheus Babi e Salomon Kalou. Tais mudanças deixaram o Glorioso mais exposto atrás, principalmente pela esquerda, porém com mais movimentação e permanência no ataque. Benefício que não durou por muito tempo, pois o time não ficava com a bola.

Aos 19, eram ainda 70% de posse, 13 a 8 em chutes e 3 a 2 no alvo, todos favoráveis ao Rubro-negro. Na sequência, uma série de substituições: Marcinho, Caio Alexandre e Bruno Nazário saíram para as entradas de Barrandeguy, Luiz Otávio e Lucas Campos, respectivamente, do lado mandante; Bruno Henrique e Pedro, donos do ataque, deram vez a Vitinho e Rodrigo Muniz. Kalou posicionava-se mais no meio que na ponta-esquerda, tentando suprir a necessidade de criação da equipe com a saída de Nazário.

Novos gols não vieram, diferentemente de cartões. Aos 39, cartão vermelho direto para Victor Luis por falta dura em cima de Rodrigo Muniz. E, quatro minutos depois, outro vermelho direto para Gustavo Henrique por falta em Lucas Campos, que invadia a área. Ainda deu tempo de Everton Ribeiro sair para a entrada de Michael, porém de mais nada. Números finais: 66% em posse de bola e 14 a 13 em finalizações, ambos para o vencedor, mas igualdade em chutes a gol, 3 a 3.

Classificação e próximos compromissos

Com a quinta derrota seguida no Campeonato Brasileiro, o Botafogo não sai da penúltima colocação com 20 pontos. Ainda pode ver o lanterna Goiás encostando caso vença na rodada. O próximo compromisso do Glorioso é fora de casa contra o São Paulo na próxima quarta-feira (9) às 21h30.

Já o Flamengo, com os três pontos do clássico, permanece na terceira posição, mas agora com os mesmos 42 pontos do vice-líder Atlético-MG, que possui uma vitória a mais e ainda joga. A diferença para o líder São Paulo é, momentaneamente, de dois pontos. O Rubro-negro volta a campo apenas no domingo que vem (13) às 16h, quando recebe o Santos.

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