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Confusões extra-campo, torcida única e Ferj: o transtorno ao redor de Flamengo x Vasco

Com o futebol jogado para escanteio, os bastidores dominam os noticiários na véspera do Clássico dos Milhões; estados ''fogem'' por falta de segurança e Federação anuncia estádio sem consultar a prefeitura e a PM

Confusões extra-campo, torcida única e Ferj: o transtorno ao redor de Flamengo x Vasco
(Foto: Editoria de Arte/VAVEL Brasil
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Por Rafael Lisboa

Neste sábado (25), Flamengo e Vasco disputam o Clássico dos Milhões válido pela semifinal da Taça Guanabara. Fora do Rio de Janeiro por questões policiais, a disputa será realizada no Estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda com torcida dividida.

A semana que antecedeu o grande clássico foi marcada por diversas polêmicas nos bastidores. Escolhas errôneas de locais, falta de consulta por parte de chefes do Executivo e polêmicas em relação a torcida única ofuscaram o que promete ser um duelo quente e equilibrado dentro de campo:

Brigas do lado de fora do Nilton Santos

Dias antes de Botafogo x Flamengo, foi deflagrada a manifestação de esposas de policiais militares no Rio de Janeiro. Por conta disso, já era esperado um número reduzido de policiais no estádio para realizar a segurança dos torcedores de Botafogo e Flamengo no domingo (12).

Porém, no dia a segurança estava em número ainda mais reduzido. O Botafogo chegou a sugerir o adiamento do clássico visando a segurança dos torcedores - que já estavam entrando no estádio para acompanhar a partida - mas essa sugestão foi prontamente recusada pois o GEPE não se manifestou incapaz de realizar a segurança.

Minutos após o pedido do alvinegro, brigas estouraram do lado de fora do Nilton Santos, envolvendo ''torcedores'' das duas equipes. Com dificuldades para conter a confusão e contando com a ajuda de seguranças particulares do Botafogo, a PM tentou apartar usando bombas de gás lacrimogênio e tiros, que foram ouvidos até dentro do estádio. Infelizmente, um torcedor alvinegro foi morto com um espeto de churrasco.

Ministério Público e torcida única

Na semana seguinte ao clássico no Nilton Santos, o juiz Guilherme Schiling, do Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos do Rio, emitiu uma liminar determinando que os jogos envolvendo os quatro clubes grandes do Rio sejam realizados com torcida única.

No regulamento do Campeonato Carioca, o mando de campo da semifinal é da federação. Porém, com a decisão o mando passaria a ser da equipe de melhor campanha, e na final seria definido por sorteio.

Com o Flamengo tendo a vantagem, Eurico Miranda, presidente do Vasco, afirmou que com torcida única o Cruzmaltino não entraria em campo, mesmo se o Gigante da Colina tivesse a vantagem.

O presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, manifestou repúdio a decisão de Schiling e que, junto com Vasco e Ferj, buscaria reverter para que os clássicos cariocas mantivessem a tradição de ter divisão 50/50 nos estádios.

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Com a indefinição do local em que Flamengo e Vasco disputariam a vaga na semifinal, especialmente após a determinação de torcida única, a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, enfrentou uma semana difícil. Várias cidades negaram receber o Clássico dos Milhões. Na terça-feira após uma reunião na sede da federação, sem a presença dos clubes, Juiz de Fora foi anunciado como palco da partida: