Dois times, um mesmo craque: A trajetória de Diego Souza no Vasco e Sport

Meia está marcado na história dos dois clubes que se enfrentam na próxima rodada do Brasileiro

Dois times, um mesmo craque: A trajetória de Diego Souza no Vasco e Sport
Qualidade com a bola nos pés é marca registrada do meia (Foto: Williams Aguiar / Sport Club do Recife)
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Por Eleale Roberto

Quem vê o currículo de Diego Souza e assiste os seus principais momentos na carreira, não tem dúvidas que ele é um dos principais jogadores do futebol brasileiro. As diversas vezes que sofreu com a balança, só provou o quanto ele pode render com a bola no pé. E se tem dois times em que as torcidas sabem bem disso, são Sport e Vasco, que se enfrentam nessa segunda (25), na Ilha do Retiro.

Vivendo uma má fase (junto com o time, é bom salientar), fica nítido que quando Diego não está em seus melhores dias no time rubro-negro, o Leão perde muito. Mesmo assim, não tem como não depositar as esperanças no craque do time, principalmente quando ele enfrenta um adversário que é um velho conhecido em um jogo que é essencial para as pretensões das duas equipes.

Desconfiança e título da Copa do Brasil

Como o título já sugere, Diego Souza chegou ao Vasco em 2011 cercado de desconfiança de todos os lados. Se no Palmeiras, ele tinha ido bem, sendo um dos craques da equipe em 2009, ele decepcionou muito no Atlético-MG, principalmente pelo que foi pago pelo meia. As ressalvas só aumentaram quando o Vasco resolveu pagar 1,2 milhão de reais.

Na estreia, Diego mostrou que não estava para brincadeira. Grande atuação e gol com as armas que ele costumava usas. Na força física, ele disputou bola que parecia perdida na lateral de campo, arrancou em direção ao gol e com requintes de crueldade, deixou Jefferson, na época já goleiro do Botafogo, no chão. Depois foi só empurrar a bola para as redes e comemorar o primeiro gol do Vasco na vitória por 2 a 0.

Se nas primeiras fases da Copa do Brasil 2011, Diego ficou apagado, à partir das quartas ele foi um fator decisivo para a campanha do título vascaíno. Com grandes partidas, ele marcou gols essenciais contra Atlético-PR e Avaí. Nesse último, Marcinho Guerreiro deve sonhar até hoje com o jogo, pois Souza além do gol, deu dois chapéus, em uma atuação digna de um jogador de seleção, tanto que após o título e ótimas partidas no Brasileirão, ele foi lembrado por Mano Menezes.

Tinha um Cássio no meio do caminho

O Vasco chegou como azarão na Libertadores 2012, mas as grandes partidas realizadas pelo time durante a campanha, trouxeram à tona nomes como Fágner, Dedé, Rodolfo e é claro Diego Souza. O futebol jogado levava a torcida a acreditar que o título era questão de tempo, até que o time enfrentou o Corinthians.

Na primeira partida, as defesas prevaleceram e as equipes não conseguiram sair do zero. No segundo, o Vasco jogava melhor, quando aos 17 do segundo tempo, Alessandro chutou em cima de Diego, que arrancou rumo ao gol que praticamente decidiria o confronto e levaria até a final. Mas não aconteceu. Quando a torcida do Vasco já estava praticamente comemorando o gol, Diego tentou tirar de Cássio, que se esticou para fazer uma das defesas mais importantes da sua carreira. Era o fim da era Diego Souza no Vasco.

A chegada como astro

Que o Sport fazia uma campanha segura em 2014, disso ninguém duvida. O elenco não era muito forte, mas o trabalho de Eduardo Baptista levou o time ao 11º lugar, a melhor colocação do time desde que o Campeonato Brasileiro começou a ser disputado por pontos corridos. Outro consenso era claro: o Sport precisava de um craque

E ele chegou. Em agosto de 2014, após muito tempo de negociação, Diego Souza desembarca no Aeroporto Internacional do Recife, tomado pela torcida rubro-negra, junto com Ibson. Vindo por empréstimo até o fim do ano, não demorou muito tempo para a diretoria perceber que ele seria essencial para o ano seguinte. E em janeiro de 2015, foi anunciada a renovação do empréstimo.

Em 2015, o ano mágico. Diego se juntou a Marlone, Elber, André e outros importantes jogadores e juntos, fizeram uma campanha espetacular, que se não fosse pelas 10 partidas sem vencer no meio do campeonato, levaria o time até a Libertadores. Diego foi essencial para isso, fazendo nove gols e sendo o líder de assistências da equipe.

Volta ao Leão como ídolo

Com a grande campanha em 2015, o Sport não conseguiu chegar a um acordo com o Metalist e Diego foi para o Fluminense, clube que o revelou. Chegando lá se deparou com uma realidade diferente. Não era mais o principal jogador da equipe. As diversas partidas em que ficou no banco, demonstravam que o período no Tricolor carioca não duraria muito.

Foi tanto que em menos de três meses depois de sua chegada, ele acertou a sua volta ao Leão, levando a torcida leonina à loucura. E o cartão de visitas não poderia ser melhor, com um gol numa arrancada incrível, justamente contra o Fluminense. Ele experimentou uma coisa nova. Desde sua passagem anterior, era a primeira vez que via seu time lutar contra o rebaixamento.

Mais uma vez ele não decepcionou. Colocou a bola debaixo do braço e decidiu jogos importantíssimos. E com grande ajuda de Rogério, conseguiu evitar a queda. Além disso, Diego marcou 14 gols, o que o tornou o artilheiro do Campeonato Brasileiro.

Hoje Diego vive uma realidade parecida, com o time lutando para se afastar do Z4. Resta saber se novamente ele será o fator principal de recuperação do Leão. É bom não duvidar.