A caminhada de Serena Williams no US Open não teve o fim desejado. Não só pela derrota para a japonesa Naomi Osaka, mas muito pelo que aconteceu durante a partida. Buscando seu 24º título de Grand Slam e o heptacampeonato em Nova Iorque, a ex-número um do mundo protagonizou uma discussão fortíssima com Carlos Ramos, juiz de cadeira do duelo. 

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No caso, Serena foi penalizada por ter recebido instruções de seu treinador, mesmo que de forma indireta. Indignada, a tenista de 37 anos reclamou muito e perdeu totalmente o foco. A partir daí, tudo desandou. Foi mais uma vez advertida por ter quebrado a raquete, e perdeu um ponto. No segundo set, quando perdia por 4/3, chamou o árbitro de 'ladrão' e, ao ser punida pela terceira vez, perdeu um game. Mentalmente abalada, não teve forças para reagir e foi superada pela japonesa. 

Apesar do polêmico episódio, Serena iniciou a entrevista coletiva elogiando e enaltecendo muito a adversária, que conquistou seu primeiro troféu de Grand Slam aos 20 anos. 

"Ela foi muito, muito consistente. O jogo dela sempre é muito consistente. Ela jogou muito bem, conseguiu ótimas jogadas. Estava muito focada. Sempre que eu tinha um break point, ela vinha com um grande saque", disse.

"Honestamente, eu posso aprender muito com essa partida. Espero aprender muito", completou. 

Mesmo com toda a irritação após o fim do do jogo, a norte-americana comentou sobre sua atitude em relação a Osaka, que havia acabado de fazer história e encontrava-se muito emotiva no momento. 

"Eu me senti um pouco mal porque eu estava chorando e ela também. Sabe, ela venceu. Eu não sei se eram lágrimas de felicidade ou de tristeza pelo momento. Eu pensei, 'não foi assim que me senti quando ganhei meu primeiro Slam'. Não queria que ela se sentisse assim", afirmou. 

"Talvez tenha sido a mãe dentro de mim (risos). Ela jogou uma partida incrível, mereceu vencer e merece os créditos por isso. No final das contas, foi isso", ressaltou. 

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Por fim, Serena descreveu o desentendimento com o juiz de cadeira. Para ela, a punição foi de caráter sexista, pois muitos homens já falaram coisas muito piores e nada foi feito. 

"Já vi homens chamarem o árbitro de coisas muito piores... Para mim, dizer 'ladrão' e ele me tirar um game, foi algo sexista. Ele nunca tirou um game de um homem por ter chamado ele de ladrão", frisou. 

"Isso me incomoda muito, mas vou continuar a lutar pelas mulheres e pelos direitos iguais. Eu simplesmente sinto que o fato de que eu tive que passar por isso é apenas um exemplo para a próxima pessoa que tem emoções, e quer se expressar, seja uma mulher forte. Elas vão poder fazer isso por causa de hoje. Talvez não funcionou para mim, mas vai funcionar para a próxima pessoa", concluiu.