Mesmo sendo tratada por alguns como uma equipe que não traz tanto perigo, a Dinamarca chega ao Catar como uma das favoritas de seu grupo e com garra para fazer uma grande campanha. Os dinamarqueses conquistaram apenas dois títulos oficiais, como Eurocopa de 1992 e a Copa das Confederações de 1995, nesta última com uma campanha indestrutível.

Histórico de Copas

Sua primeira aparição foi no México, em 1986, quando montou uma equipe que até parecia indestrutível, chegando até a se classificar para as oitavas de final, vencendo a Escócia, Uruguai a Alemanha. Sua "indestrutível" campanha na fase de grupos lhe rendeu o apelido de "Dinamáquina", que durou pouco, pois como disse até parecia indestrutível, mas rachaduras começaram a surgir, e nas oitavas de final foram goleados por 5 a 1 pela Espanha de Butragueño e Goikoetxea.

Após duas edições sem se classificar, a Dinamarca esteve presente na França em 1998 e acabou eliminada para o Brasil nas quartas de final. Já na Coreia do Sul e Japão em 2002 foi eliminada pela Inglaterra nas oitavas de final. Em 2010 na África do Sul com uma péssima campanha, foi para casa cedo, na primeira fase. Em 2018 na Rússia, perdeu novamente nas oitavas, para a vice-campeã Croácia.

Campanha na Euro

A Dinamarca foi a grande surpresa e alcançou a semifinal da Eurocopa 2020, diferente de Espanha, Itália e Inglaterra. A Dinamáquina não trazia expectativas de chegar tão longe ao início da competição, principalmente depois de perder seu principal jogador, Christian Eriksen, que teve um mal súbito na partida de estreia, contra a Finlândia. Após o ocorrido, o meia da Inter de Milão recebeu muitas homenagens e a seleção dinamarquesa ganhou a simpatia dos torcedores locais nos estádios, além de fãs do mundo inteiro, que se manifestaram nas redes sociais. Apesar do incidente, a partida não foi adiada, e a Dinamarca acabou derrotada por 1 a 0 para os finlandeses. Em seguida, uma derrota previsível para a favorita Bélgica.

E, ainda assim, a seleção nórdica conseguiu reagir com uma goleada sobre a Rússia na última rodada que a levou para o segundo lugar de sua chave. Os dinamarqueses chegaram à semifinal não só fortes mentalmente, mas também com o segundo melhor ataque da competição, com 11 gols. Ficando atrás apenas da Espanha, com um a mais. E com um detalhe que mostra a coletividade do time, marcado pela organização tática: sete jogadores do elenco balançaram as redes. Os nórdicos, foram parados pelos ingleses, nas semifinais, onde perdeu por 2 a 1.

Os personagens

Técnico Kasper Hjulmand

Foto: Divulgação/Dansk Boldspil-Union
Foto: Divulgação/Dansk Boldspil-Union

 

O revolucionário técnico que assumiu o comando da Dinamarca em 2020 e fez uma Eurocopa que surpreendeu, perdendo para a Inglaterra na semifinal. Tem apenas nove derrotas em 34 jogos na seleção. Controla a equipe com iguais doses de firmeza e carisma.

O craque

Foto: Divulgação/Euro 2020
Foto: Divulgação/Euro 2020

 

Christian Eriksen, principal craque da atual geração dinamarquesa, traz, além da qualidade técnica, uma história de superação. Na estreia da Eurocopa de 2020 teve uma parada cardíaca. Recuperado, o jogador de 30 anos não perdeu o foco e nem o amor pelo futebol.

Muralha

Foto: Divulgação/Fifa
Foto: Divulgação/Fifa

 

Kasper Schmeichel, filho de Peter Schmeichel, o goleiro titular na Copa de 1998 na França, é um dos pilares da segurança defensiva dinamarquesa. Campeão inglês com o Leicester City, em 2016, deixou o futebol britânico nesta temporada para atuar pelo Nice, da França. Pela seleção, é titular absoluto e chega à sua segunda Copa consecutiva, levando a faixa de capitão.

Dinamáquina ressurgindo

Para esta copa, os dinamarqueses se doaram muito e conquistaram 27 pontos em dez jogos nas Eliminatórias Europeias para a Copa do Mundo de 2022, sendo a única derrota na última rodada, para a Escócia.

Com apenas três gols sofridos, eles conseguiram a segunda melhor defesa nas Eliminatórias da Europa. Apenas a Suíça com dois, superou esse desempenho, enquanto França e Inglaterra também buscaram a bola apenas três vezes no fundo das suas redes. Sendo assim, a seleção vem forte para a disputa do Mundial. Uma vez que tem enfrentado grandes desafios na recente temporada. Portanto, há grande potencial de a "Dinamáquina" surpreenderem no Catar, com ímpeto competitivo.

Já na Liga das Nações, a Dinamarca ficou em segundo lugar no grupo 1 da Liga A, apenas atrás da atual vice-campeã mundial, a Croácia, e à frente da França.

Confira os convocados da Seleção Dinamarquesa

Goleiros: Kasper Schmeichel (Nice), Oliver Christensen (Hertha Berlim) e Frederik Ronnow (Union Berlin);

Defensores: Daniel Wass (Brondby), Rasmus Nissen Kristensen (Leeds United), Jens Stryger Larsen (Trabzonspor), Joakim Maehle (Atalanta), Andreas Christensen (Barcelona), Simon Kjaer (Milan), Joachim Andersen (Crystal Palace), Victor Nelson (Galatasaray), Alexandre Bah (Benfica;

Meio-campistas: Pierre-Emile Hojbjerg (Tottenham), Thomas Delaney (Sevilla), Christian Eriksen (Manchester United), Mathias Jensen (Brentford), Robert Skov (Hoffenheim), Christian Norgaard (Brentford);

Atacantes: Mikkel Damsgaard (Brentford), Andreas Skov Olsen (Club Brugge), Jesper Lindstrom (Eintracht Frankfurt), Martin Braithwaite (Espanyol), Kasper Dolberg (Sevilla), Jonas Wind (Wolfsburg), Andreas Cornelius (Copenhague), Yusuf Poulsen (RB Leipzig).

A Seleção da Dinamarca estreia na Copa do Mundo do Catar 2022 contra a Tunísia na próxima terça-feira (22), às 10h, horário de Brasília, no estádio Cidade da Educação. A equipe está no grupo D e ainda enfrenta França e Austrália na primeira fase.