A Federação Norueguesa de Futebol anunciou neste sábado (7) um acordo para as suas seleções nacionais. A partir de agora, as jogadoras receberão pagamentos iguais aos homens, e a equipe masculina contribuirá financeiramente com a categoria feminina.

Após reconhecerem as demandas das mulheres, os homens aceitaram reduzir o valor de suas premiações na seleção, o que praticamente dobrou o valor pago à categoria feminina. Com isso, o pagamento que atualmente é de 3,1 milhões, na coroa norueguesa, (R$ 1,2 milhões) chegará a 6 milhões (coroa norueguesa), equivalente a R$ 2 milhões. A quantia total já inclui a contribuição de 550 mil coroas provenientes da publicidade e uso de imagens dos atletas, que os homens darão à equipe feminina.

“A Noruega é um país onde a igualdade é muito importante para nós, então penso que isto será bom tanto para o país quanto para o esporte”, comentou Joachim Waltim, líder da união nacional de jogadores, à agência Reuters.

O anúncio norueguês surge em contraponto à realidade do futebol feminino no Brasil, onde apenas América-MG, Sport e Santos se enquadram na categoria profissional, dessa forma garantindo os benefícios previstos em lei às suas jogadoras.

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Foto: Trond Trandberg/Getty Images
Foto: Trond Trandberg/Getty Images

A novidade foi comemorada pelas atletas da Seleção através das redes sociais. Uma das estrelas da Seleção Norueguesa, a meio-campista Caroline Graham Hansen agradeceu o apoio dos jogadores. 

“Isso talvez seja algo pequeno para vocês fazerem por nós. Isso talvez não seja sentido em seus salários mensais. Isso talvez fosse uma decisão óbvia a se tomar. Mas isso significa tudo para nós! Para nosso time! Para nosso esporte! Vocês dizerem que o pagamento igual é o correto me faz querer chorar e abraçar a todos. Obrigado aos jogadores da seleção masculina por darem este passo pelas atletas. Por mostrarem igualdade e ajudarem nós todas a perseguirem nossos sonhos, tornando isso um pouco mais fácil. Por torná-los realidade!”, escreveu.

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Os homens deverão receber o pagamento anual por suas contribuições com a Seleção, já as meninas poderão pegar a quantia mensalmente, conforme o número de convocações. “Para as meninas, com certeza fará diferença. Algumas delas trabalham e estudam, além de jogarem. E mais do que o dinheiro, terão o sentimento de serem respeitadas. A federação enxerga a decisão como um investimento para melhorar o nível da seleção feminina”, completou Waltim.

Campeã mundial em 1995 e olímpica em 2000, a Seleção Feminina da Noruega não passou da primeira fase na última edição da Uefa Women's Euro. Já a categoria masculina não tem chances de classificação para o Mundial da Rússia em 2018.