Em busca do primeiro título no Estadual, Central espera confirmar “vôo mais alto” da história

Após má campanha em 2017, a Patativa se repaginou e chegou à final do Campeonato Pernambucano em 2018 sem ser derrotado pelo “trio de ferro” da capital

Em busca do primeiro
título no Estadual, Central espera confirmar “vôo mais alto” da história
Centralinos comemoram classificação à final do Pernambucano 2018, após eliminar o Sport, no Lacerdão. FOTO: Divulgação / Central Sport Club
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Por Edgar Caetano

O Central Sport Club está na final do Campeonato Pernambucano 2018. Após uma campanha melancólica em 2017, a Patativa ressurgiu em 2018 e, mudando da “água para o vinho”, está a 180 minutos de alcançar o “voo mais alto” da sua história, se sagrar Campeão do Estadual.

HISTÓRIA DO CLUBE

Fundado em 15 de junho de 1919, na Sociedade Musical Comercial Caruaruense, o Central Sport Club, recebeu esse nome em homenagem à Estrada Central de Ferro de Pernambuco, denominação que os ingleses da Great Western deram a ferrovia que cortava Caruaru na direção do Sertão. As cores preto e branco, segundo o Professor José Florêncio Neto (Machadinho), ex-jogador do time caruaruense no início da equipe, foram escolhidas em face do símbolo do clube, a patativa, pássaro de canto harmonioso. Dizem que, durante os treinos do Central, se encontravam no lugar muitas patativas. Daí o porquê de a patativa ter sido escolhida como mascote do Central. O Estádio Luiz José de Lacerda, conhecido como Lacerdão, teve antes dois nomes, Central Park, no início da História do Clube e depois passou a se chamar, durante muitos anos, Pedro Victor de Albuquerque. O estádio é localizado em Caruaru/PE e possui mais de 70 anos de História. Passou a se chamar “Lacerdão”, devido a uma homenagem ao esforço de Luiz José Lacerda, que foi fundamental para a ampliação do Estádio no final da década de 70 e início da década de 1980. Atualmente o Lacerdão tem capacidade de, aproximadamente, 20.000 pessoas e é o maior estádio particular do interior do Norte/Nordeste, sendo o 5º maior estádio de Pernambuco, ficando atrás apenas dos Estádios do chamado "trio de ferro” e da Arena de Pernambuco.

MÁ FASE 

Em 2017, o Central viveu um dos piores momentos na história do clube. Ficando sem jogar a grande maioria do Estadual em seus domínios (Lacerdão, onde só jogou dois jogos e teve o estádio interditado por conta do gramado irregular), o alvinegro chegou a lanterna do hexagonal do título somando nove derrotas, em 10 partidas disputadas. Antes, se classificou ao hexagonal como líder do Grupo C, mas não conseguiu repetir o bom momento na fase decisiva. A Patativa também ficou com o título de pior defesa da competição. Sofreu 28 gols e teve o segundo pior ataque com apenas 9 tentos marcados. Na série D daquele ano, foi eliminado precocemente, no Grupo A7, ficando na lanterna com apenas 7 pontos. Foram duas vitórias, um empate, três derrotas e um saldo de - 4.

VOLTA POR CIMA

No dia 24 de abril de 2017, foi aberto um processo de impeachment ao então presidente do clube, Lícius Cavalcanti, que não chegou a se concretizar. Com a ajuda de conselheiros e torcedores, juntaram-se ao presidente para gerir a Patativa na tentativa de reerguer o clube. Com salários atrasados, funcionários sem receber há mais de oito meses e até a piscina do clube penhorada na justiça, os mandatários viram a crise financeira ganhar força dentro do clube. Em outubro de 2017, a chapa “Unidos pelo Central” tomou posse para o biênio 2018/2019, formado pelo presidente eleito, Clóvis Lucena.

Além disso, Clóvis remunerou um gerente de futebol e profissionalizou todos os departamentos do clube, começando a pagar os salários em dia e honrando com os compromissos prometidos.  Para a temporada 2018, trouxe então, o técnico experiente, Mauro Fernandes, que já havia comandado os três clubes da capital.

Com uma equipe de “desconhecidos” e montada em menos de três meses, MF deu liga ao vencer os dois amistosos na pré-temporada e chegaram a final do Campeonato Pernambucano sem perder em casa, trazendo de volta o torcedor da cidade de Caruaru à campo dificultando a vida dos adversários. Contando com os jogos eliminatórios, em sete partidas em casa, a média de público é de 3.057 torcedores. Em 2017, o público não passou de 1000 torcedores.

CAMPANHA NO ESTADUAL

Na primeira fase, a Patativa se classificou como segundo colocado, com campanha inferior apenas à do Náutico, que teve os mesmos 19 pontos. Foram 5 vitórias, 4 empates e apenas 1 derrota, para o Vitória, fora de casa. Com 17 gols marcados e seis sofridos, a Patativa ficou atrás do Náutico na primeira fase por causa de apenas um gol. Na sequência, nas quartas de final, o Central passou pelo América com vitória por 3 a 2 e enfrentou um dos favoritos ao título na fase seguinte.

Na semifinal, recebeu em casa o Sport e venceu por 1 a 0 (gol de Leandro Costa, único remanescente da temporada 2017), chegando à final do Estadual, onde enfrentará o Náutico. Com o triunfo, o Central voltará a disputar a Copa do Brasil em 2019. Sua última participação foi em 2009, quanto passou pelo Ceará na primeira fase e foi eliminado pelo Vasco na fase seguinte. Com a participação, a Patativa garante R$ 500 mil, na primeira fase da competição nacional.

DUELO FINAL

Para escrever o último capítulo com um final feliz, o Central terá pela frente um grande da capital, que teve uma história parecida nos últimos anos, o Náutico. Desacreditados em 2017 e reformulados em 2018, as equipes terão 180 minutos para disputarem o título de Campeão de Pernambuco este ano. O primeiro duelo será neste domingo, às 16h, no Lacerdão, e a batalha final no dia 8 de abril, também às 16h, na Arena de Pernambuco. Sem perder em casa na competição, a Patativa e Timbu terão esta bela coincidência para apimentar a decisão.