Após 3 jogos sem vencer, o Palmeiras enfrentou o São Paulo no último sábado (2) e voltou a vencer, de virada. O placar de 3 a 1, com gols de Willian (duas vezes) e Dudu, com Edu Dracena fazendo contra para o tricolor paulista, deu uma nova tranquilidade e, principalmente, mais tempo para o pressionado comandante da equipe, Roger Machado. Contra o São Paulo no Allianz Parque, o time conseguiu sua sétima vitória em sete jogos. O time marcou 21 gols e sofreu apenas quatro em seus domínios.

O técnico comentou sobre a atuação de seu time, sobre a vitória de virada e sobre suas trocas de jogadores, tanto os que iniciaram como os que saíram do jogo.

"É uma vitória ótima, de fato. Uma virada depois de um primeiro tempo equilibrado, mas na minha opinião pendendo um pouquinho para o nosso lado. O gol foi de um problema defensivo que acaba fazendo parte do contexto do jogo. Desequilibramos um pouquinho, passamos a prestar a atenção na arbitragem e perdeu o foco na partida. As intervenções no intervalo foram para que a gente continuasse indignado para buscar o empate e a virada, mas focados no jogo, que seria o que nos daria condição de entrar novamente na partida.Com o gol logo cedo, retomamos o controle emocional do jogo e conseguimos construir uma bela vitória", disse o técnico.

Com um empate e duas derrotas em sequência, o técnico da equipe alviverde estava sendo pressionado pelos torcedores. Na coletiva ele comentou sobre essa situação adversa que está vivendo:

"Eu não me sentia pressionado. Pode ser que, pelos resultados, o ambiente externo estivesse me pressionando depois de longos dois jogos sem vencer. É importante vencer novamente e subir muitas posições na tabela. Isso foi importante porque mostramos um poder de superação, um equilíbrio no segundo tempo e quem entrou foi bem e ajudou".

"Eu não tenho pretensão de ditar o que é dito sobre meu trabalho, mas volto a dizer, os 25 anos de futebol me fazem absorver a pressão exercida externamente. Estou há 25 anos no meio, e se pegar lá atrás, são sempre os mesmos argumentos nesses momentos de turbulência. Eu não sou culpado, mas sou responsável por tudo. Se os atletas vão para o campo e fazem o que tem de ser feito, também é responsabilidade do treinador. A torcida deu uma demonstração linda hoje, vindo ao estádio, apoiando do início ao fim. Externamente, imagino que a pressão tenha sido grande, mas internamente tive a mesma tranquilidade de outras semanas", completou Roger.

Lucas Lima, grande reforço palmeirense para o ano, ficou no banco de reservas no clássico contra o São Paulo. Roger Machado explicou o motivo de sua escolha: "A opção pelo Moisés na vaga do Lucas foi para ter um meio mais pesado, no sentido de imposição física, bola aérea.  Arrastando muitas vezes os volantes para as beiradas, ele criou espaço para que o Willian recebesse a bola, para as passagens do Bruno. Penso que isso aconteceu no primeiro tempo. Depois com o Hyoran em campo, junto com o Moisés, fazendo essa dobradinha e muitas jogadas eles fizeram essa combinação. O Hyoran tem entrado muito bem. Ele tem o um contra um pelo lado, mas também flutua às costas dos volantes. Foi um belo jogo do Hyoran e do Moisés. A última alteração foi pra a gente fazer um tripé de meio mais forte até porque o Moisés cansou um pouco no jogo".

Após os gols, Willian e Dudu abraçaram o técnico Roger Machado, que comentou sobre essa demonstração de carinho e sobre Dudu, que no jogo contra o Cruzeiro, saiu irritado quando foi substituído: "Eu imagino que sejam abraços por perceber que seu comandante estava pressionado. Essas demonstrações são pra mostrar que o ambiente é bom. Com relação ao Dudu, foi tudo resolvido de forma interna. Muitas vezes o jogador sai chateado pelo seu próprio rendimento. Eu deixei o Dudu até o fim em 90% das partidas. O jogador quer ajudar. Tudo foi resolvido de forma tranquila e natural".

Roger falou sobre as atuações nos últimos três jogos, onde o Palmeiras não venceu nenhum. Para o técnico, apesar das derrotas, o time não tinha se comportado e atuado tão mal quanto o que se fala. Ele reforçou que seu trabalho foi de recuperação de confiança dos atletas, após uma sequência ruim de jogos.

"O meu trabalho depois do jogo contra o Cruzeiro foi retomar a confiança. No jogo contra o América-MG, o primeiro tempo foi relaxado pela vantagem construída em Minas. O jogo contra o Sport foi jogado. Tomamos dois gols de bola parada depois de 26 jogos. Não havia razão para criticar o que havia sido feito dentro de campo, mesmo com a derrota. Já contra o Cruzeiro, perdemos confiança, espontaneidade do jogo. O jogador pode ter a melhor técnica do mundo, mas sem confiança não faz o jogo sair". 

O Palmeiras volta aos gramados na próxima quarta-feira(06), às 21h45, contra o Grêmio, na Arena do Grêmio. O jogo será válido pela décima rodada da Série A do Campeonato Brasileiro.