A união de duas cores mágicas resultou em um clube pernambucano que soube reconstruir sua história gloriosa em seu retorno de onde nunca deveria ter saído. E, diferente do que diz em seu belo hino, a união de sete letras mágicas resultou no Náutico C-A-M-P-E-Ã-O! Depois de sofrer, ficar um longo período sem conquistar títulos, virar chacota e aumentar a descrença, o clube pernambucano ressurge com uma campanha que coroa um ano de reabilitação em sua história de 118 anos.

Foi com emoção, típico de uma final. Até porque a trajetória do Náutico para colher os louros foi com sofrimento. Na tarde deste domingo (6), o Timbu enfrentou o Sampaio Corrêa no Estádio Castelão, em São Luís, no Maranhão. O confronto foi a segunda partida da final do Campeonato Brasileiro da Série C 2019 e terminou empatado em 2 a 2. Everton e Salatiel Júnior marcaram para os tricolores, enquanto os alvirrubros tiveram seus gols anotados por Álvaro e Matheus Carvalho.

Sampaio dominante no primeiro tempo

Era completamente previsível que, com o resultado do primeiro confronto, o Sampaio Corrêa ia motivado ao ataque pelo apoio da torcida, enquanto o Náutico se sustentava pelos dois gols de vantagem com a vitória nos primeiros 90 minutos. A estratégia era conhecida, mas assustou a passividade do Timbu. A equipe pernambucana abdicou do jogo na primeira etapa, pouco criou, quase nada finalizou. Aí ficou fácil ao Tricolor maranhense impor seu domínio. Na primeira clara chance, o placar no Castelão foi aberto. Aos 13 minutos, Everton abriu espaço para a direita, trouxe para a direção oposta e bateu cruzado. A bola quicou e enganou o goleiro Jefferson.

Animado, o Sampaio foi para cima. Esquerdinha cobrou falta rapidamente, Paulo Sérgio aproveitou espaços da defesa para cabecear sozinho e fazer com que Jefferson fizesse bela defesa. O arqueiro alvirrubro trabalhou bastante para evitar que a vantagem do Tubarão fosse ampliada, principalmente quando Eloir resolveu arriscar de longe e obrigar nova intervenção do atleta. Os jogadores da equipe da casa reclamaram de penalidade aos 38 minutos, quando Esquerdinha passou por Diogo Hereda, mas o lateral do Náutico se recuperou e deu o bote preciso, mas a arbitragem nada marcou e considerou normal o desarme.

Foto: Divulgação/Náutico
Foto: Divulgação/Náutico

Náutico se reequilibra e garante título inédito

No retorno do intervalo, o técnico Gilmar Dal Pozzo promoveu mudança no ataque ao tirar Wallace Pernambucano e colocar Jefferson Nem. Com isso, Álvaro seria deslocado para atuar como centroavante. A estratégia deu certo em muito pouco tempo. Aos seis minutos, Jean Carlos cobrou escanteio e Álvaro subiu mais alto que a marcação para cabecear forte e igualar o placar em São Luís.

Não restou alternativas ao Sampaio Corrêa. Se quisesse ser campeão, precisava ter uma formação ainda mais ofensiva e pressionar de todo o jeito. Aos 16 minutos, Salatiel Júnior roubou a bola do zagueiro Diego Silva, passou pela marcação e ficou de frente ao goleiro Jefferson. O centroavante chutou, mas o goleiro se agigantou. Apesar de ter mais posse de bola, os mandantes sentiram o impacto do gol sofrido e contavam negativamente com a impaciência da torcida.

Com o passar do tempo, ficava mais fácil ao Náutico. A pressão não era tão intensa, a vantagem estava em total segurança e controlava muito bem o ataque. Em um ou outro momento do Tubarão mais arisco, restou a Jefferson novamente fazer a diferença. O goleiro foi um dos principais nomes para garantir o placar favorável ao clube pernambucano e fez milagrosas intervenções em finalizações de Eloir e Rodrigo Andrade, além de contar com a sorte quando a pelota bateu na trave.

Foto: Divulgação/Náutico
Foto: Divulgação/Náutico

Na reta final do jogo, muita emoção. Aos 37 minutos, Esquerdinha fez boa jogada, entrou fácil na área e rolou para Salatiel Júnior ter o simples trabalho de empurrar para o fundo do gol. Mas a esperança maranhense caiu por terra em pouco tempo. Dois minutos depois, Jean Carlos deu lançamento primoroso para Matheus Carvalho. O atacante aproveitou vacilo da zaga, arrancou e chutou rasteiro, sem chances de defesa para o goleiro Andrey.

Nos acréscimos, confusão entre alguns jogadores e expulsão do zagueiro Diego Silva, mas nada que interferisse no resultado e na festa alvirrubra no Maranhão, em Pernambuco e onde quer que tenha um vibrante coração alvirrubro.