Uma novidade tomou conta do CT do Flamengo na tarde desta sexta-feira (17). Na entrevista pós-treino, geralmente conduzida por jogadores ou pelo técnico Reinaldo Rueda, foi Rodrigo Caetano quem assumiu o microfone. O diretor executivo explicou que sua presença na coletiva era uma forma de prestar contas devido ao momento conturbado que vive o clube.

"Sempre que se fez necessário em momentos ruins venho para tirar dúvidas e explicar as coisas. Falo em nome de todos, do departamento de futebol, da nossa frustração dos resultados, ninguém está minimamente confortável com a situação", afirmou.

O atual panorama rubro-negro no Campeonato Brasileiro é complicado. Com 50 pontos e em sétimo na tabela, o Flamengo corre risco de ficar de fora do G-4, que garante vaga direta à Libertadores. Para Caetano, a instabilidade e a campanha "pífia" como visitante são dois dos fatores mais preocupantes.

Sem palavras, Rueda lamenta momento conturbado do Flamengo: "Não tem explicação"

(Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)
(Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

"Sentimento é de indignação e frustração ao mesmo tempo. Nós temos um grupo de atletas responsáveis. Não vemos nenhum deles tendo qualquer tipo de imagem exposta, desrespeitando o torcedor, muito pelo contrário. Nossa equipe fez bons jogos, mas fez muitos outros que estão abaixo. Esta oscilação nos preocupa muito, nossa campanha fora de casa é pífia", completou o diretor.

Sincero, Rodrigo Caetano também revelou frustração pela situação de Conca no Rubro-Negro. Contratado no início do ano, o meia argentino atuou em apenas três partidas e sequer somou 90 minutos em campo pelo clube carioca.

"Conca veio com enorme expectativa. É um dos tantos que ao chegarem aqui foram ovacionados. Ele vinha de lesão, sabíamos o risco do negócio, veio de duas cirurgias muito importantes. Só foi possível a vinda dele por que o Flamengo propôs a recuperação. Mas óbvio que frustra, esperávamos a recuperação mais rápida e que ele estivesse ajudando o Fla. Mas foi um ótimo negócio na época. Em condições normais, não conseguiríamos trazê-lo", disse Caetano.

Confira outros trechos da entrevista de Rodrigo Caetano:

Cobranças da torcida e rumores de saída do Flamengo"Natural que, quando os resultados não saem, avaliem os profissionais por isso. Não tive nenhuma conversa nesse sentido com as pessoas que estão acima de mim. Tenho compromisso com o Flamengo até o ano que vem. Tenho 15 anos na profissão e sempre cumpri meu contrato, mas o clube tem direito de demitir. Nunca conversei com outro clube com contrato. Preocupação é que o Flamengo volte aos trilhos. Sinceramente não estou preocupado com a minha vida profissional nesse momento. Nos bastidores você sabe as questões que antecedem eleições. Meu desejo não é agradar grupos, mas o Flamengo. Flamengo teve momentos bons, mas expectativa alta que não se traduziu em títulos."

Reinaldo Rueda"São avaliações externas que passam a ser verdade. Rueda completou apenas três meses no clube na terça-feira. Sempre foi muito transparente. O abatimento não é só dele. Quem tem responsabilidade se abate. Quem é irresponsável não. Muitas vezes é passado para o grande público que eles não sentem, que pouco se importam. Venho aqui para dizer que tenhamos cuidado em relação a isso. Forma de Rueda atuar é de quem passa informação e depois exige que os atletas cumpram. Nós temos expectativa de que esse grupo responda. Esse imediatismo que exigimos é natural do futebol. Até o presente momento entendemos que o time não encaixou, devido ao pouco tempo de trabalho dele também. Fizemos a 78º partida. Teve muito pouco tempo para treinar. Flamengo gigante como é vai ser uma tônica essa situação para a gente. Podemos ter 84 jogos. É muita coisa. Esperamos que a gente consiga dar ao Rueda, na pré-temporada, o tempo necessário para consolidar o método dele."

Adriano no Flamengo"Difícil responder isso agora. Chegamos de viagem... Ele é um grande ídolo. Certamente era desejo de ter estado aqui antes, mas não tem como responder agora."

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Situação de Guerrero"Em relação ao Paolo, a esperança é grande que até o dia 30 tenhamos notícia positiva. Os estudos das amostras confirmaram o que já sabíamos, que não foi usuário de droga nenhuma. Provavelmente o metabólico estava no chá. Caso seja absolvido, no cenário ideal, ele estaria à disposição em dezembro. Mas isso não tira o grande prejuízo que tivemos. Perdemos muito. Temos substitutos, mas não dá para imaginar que com ele não se elevaria o nível de respeito dentro de campo. Fundamental para a gente, ainda mais num momento fundamental no ano. Perdemos Berrío, Réver e ele também, infelizmente."

Estado psicológico dos atletas"Falamos aqui da oscilação.. Mas a parte mental, que Rueda se refere, não é exatamente do departamento de psicologia. Fala do gol do Grêmio que sofremos e depois levamos a virada. Coisas desse tipo. O trabalho da nossa psicologia é constante. Claro que em alguns momentos você pode ter ações que podem ser mais agressivas. Mas você não melhora um atleta de alto rendimento do dia para a noite, dando conselhos apenas. Essa metodologia nós temos no Flamengo. Se observar os atletas mais jovens, temos trabalho para que não tenham impacto para não sentir o jogo e a camisa. Óbvio que teremos ações mais incisivas."

Campanha como visitante"Sem dúvida a performance não foi boa. O que foi diferente ano passado, mesmo quando não tínhamos estádio. Tivemos muita oscilação, natural que atletas que chegaram no meio do ano também. A forma como conseguiram nos vencer fora de casa não condiz com o esperado. A expectativa foi alta por conta de tudo que vem se fazendo de correto. Melhoramos o elenco. Todos atletas que aqui estão foram comemorados na chegada. Nosso elenco é bom, mas o time não se desempenhou. Nosso diagnóstico não está fechado ainda. Temos jogos em casa, mas temos dois decisivos fora. Junior Barranquilla e Bahia, fora. Até quando sofremos, como contra a Chapecoense, mas vencemos. O ano está chegando ao final e temos objetivos grandes. Esperamos conquistá-los. Abrimos expectativa jogando em casa e contamos com o apoio do torcedor."