Foram sete dias de luto e as atividades do Palmeiras só foram retomadas na tarde desta terça-feira (6). Na reapresentação pós título, nem todos compareceram. Allione, Arouca, Lucas Barrios, Fernando Prass, Jean, Edu Dracena, Vitor Hugo, Egídio, Moisés, Róger Guedes, Rafael Marques e Fabiano foram liberados pela diretoria do clube. Eles estão fora da partida de domingo (11), contra o Vitória, em Salvador, pela última rodada do Campeonato Brasileiro.

Jogo este que marcará a despedida de Cuca do comando do Verdão. O técnico já anunciou que não permanece para o próximo ano por motivos familiares. A passagem do comandante promete deixar saudades não só para o torcedor, mas também para ele.

O prazer de ter levado o Palmeiras à conquista é enorme, em um campeonato tão difícil como o Brasileiro. Conseguimos nos manter 28, 29 jornadas sendo o melhor em quase tudo. A regularidade nos premiou, de forma merecida. Satisfação e orgulho muito grandes de ser campeão e isso se deve aos jogadores, que foram os responsáveis diretos, junto com o torcedor que trabalhou junto com a gente no dia a dia”, declarou Cuca.

O comandante negou qualquer conflito dentro do clube e afirmou que não está acertado com nenhum outro clube. “Os motivos já foram falados, são pessoais, particulares. A gente resolveu nesse ano. Já tinha avisado a diretoria antes, tudo que aparece depois são rumores. A gente escuta muita coisa em cima de ambiente, de não se dar com esse ou aquele. Para deixar claro que meu ambiente aqui foi o melhor possível, com 39, 40 jogadores profissionais”, disse.

Balanço positivo

Um entre os 27 técnicos que atuaram também como atletas no Palmeiras, Cuca chegou ao Verdão em março e pegou o time nas últimas rodadas da Libertadores e na reta final da primeira fase do Campeonato Paulista. No total, foram 50 jogos à frente da equipe e o saldo é positivo: 28 vitórias, 11 empates e 11 derrotas.

Não me arrependo de nada. Quando a gente faz as coisas com o coração, não tem de se arrepender. Acho que tive mais acertos do que erros, com toda a comissão. O Alberto que se despediu hoje foi uma figura importante para mim e ele vai ser um grande treinador. Toda a comissão permanente. É um trabalho que se encerra hoje, mas no futuro podemos retomar”, declarou.

Para seu lugar, o clube deve anunciar Eduardo Baptista para o cargo. Questionado se Cuca pretende colaborar com o provável novo técnico, a resposta é clara. “Estou aberto ao que for. Gosto do Eduardo, se for ele o treinador. Se precisar de mim, todos que quiserem, podem contar comigo”.

Novo sócio-torcedor da Chapecoense

O comandante também falou sobre o assunto que abalou o mundo na última semana: o acidente envolvendo o avião que levava a delegação da Chapecoense até Medellín, na Colômbia, que vitimou 71 pessoas entre jogadores, comissão técnica, equipe de bordo e jornalistas.

Até hoje não sai da cabeça da gente, tomou conta de tudo, como não podia ser diferente. Muito maior que qualquer título que qualquer ser humano possa ter. É uma coisa muito dolorosa e participamos muito diretamente disso. Estávamos com a Chapecoense dois dias antes, fica tudo muito vivo. O time caçula da competição, é como se fosse o time de todos. O que fica de legado é ver todo mundo abraçando a causa, times, países e torcedore”, ressaltou.

Cuca também elogiou a postura de Levir Culpi, que se colocou à disposição para treinar a Chapecoense de graça.

A gente não espera coisa diferente dele. Tem um carisma enorme, um coração maior ainda. Eu estava com ele no velório do Caio Júnior, conversamos bastante, nossas famílias são amigas. É um cara maravilhoso, essa atitude que ele está tendo demonstra o tipo de pessoa que ele é”, disse.

O time perante o Vitória

Sobre a equipe que vai estar em campo no domingo, contra o Vitória, Cuca prometeu ir com força máxima dentro do que tem disponível, visto que alguns atletas foram dispensados por já terem viagem marcada.

Estamos certos em fazer isso, são muitos jogadores fora desse jogo, praticamente 12. Espero Augusto, Vitinho e Artur, dos juniores, para compormos. Vamos com o melhor para nos despedirmos da maneira mais bonita possível”, garantiu.

O técnico, no entanto, não confirmou a escalação de Gabriel Jesus. O camisa 33 esteve na Academia de Futebol nesta terça-feira, mas não participou das atividades. Esta pode ser a última partida dele com a camisa do Palmeiras. A partir de janeiro, ele defenderá as cores do Manchester City, da Inglaterra.

Eu estava falando com ele agora. Ficou para quarta-feira a decisão”, concluiu.