Outra vez protagonizando um jogo caótico e com diversas alternâncias durante os noventa minutos, o Lyon buscou uma vitória emocionante diante do Monaco, nesta sexta-feira (13), pela nona rodada do Campeonato Francês.

Apesar de viver um momento atípico com vários empates nos últimos jogos, os Gones conseguiram mais um triunfo através das individualidades dos seus principais jogadores, efetivando a heroica vitória no último lance da partida. Fekir, duas vezes, e Mariano Diaz marcaram para o OL; Rony Lopes e Adama Traoré descontaram para os monegascos. Neste cenário, os três pontos obtidos pelos locais devem ser creditados a - mais - uma atuação monumental do internacional francês Nabil Fekir - que está se colocando em um posto de expoente técnico do gigante francês.

Com o resultado positivo, o Lyon voltou - provisoriamente - ao pódio da Ligue 1, somando 16 pontos em nove partidas, estando atualmente na terceira colocação. Por outro lado, os comandados do técnico português Leonardo Jardim viram sua vantagem diante do OL ser encurtada de seis para três pontos, permanecendo na vice-liderança - podendo ver o soberano PSG disparar na competição novamente. 

Na próxima rodada em âmbitos de Ligue 1, ambas equipes terão duelos mais tranquilos: os Gones visitam o Troyes, enquanto o ASM recebe o Caen no principado. Ademais, OL e Monaco também voltam suas atenções na temporada para as principais competições europeias do continente - em duelos cruciais. Se por um lado o coletivo gerido por Bruno Génésio passará por outro teste difícil diante do Everton, na Inglaterra, pela terceira rodada da fase de grupos da Europa League, os monegascos receberão os turcos do Besiktas na Champions League.

Dominando a primeira etapa, Lyon não conseguiu solidez para resistir defensivamente

Se propondo a utilizar como parâmetro futebolístico o físico de seus jogadores, o Lyon começou a partida se defendendo posicionado, estruturado e com ótimos argumentos para agredir o adversário após recuperar a posse em campo próprio - principalmente quando encontrava no flanco esquerdo soluções para transitar. Neste cenário, a aptidão corporal dos laterais Ferland Mendy e Kenny Tete despontaram como pontos lógicos para chegar ao fundo com facilidade e impor um ritmo altíssimo com objetivo de conseguir acumular cerca de dois jogadores por zona na evidente intenção de gerar superioridade numérica a cada toque no último terço do terreno.

Sendo assim, a capacidade individual dos solistas Fekir, Mariano e Traoré, culminou em chances reais para o OL em diversos setores do campo. Entretanto, a inatividade dos meio-campistas Ndombélé e Tousart para dinamizar as possessões objetivas dos Gones influenciou diretamente em perdas de bola nas famosas zonas desfavoráveis.

Dentro de um contexto predominante dos locais, coube aos monegascos se encaixarem com perseguições individuais em campo próprio e utilizarem dos movimentos interiores de Rony Lopes para sair em velocidade e representar perigo para a baliza rival. Sendo assim, acusar a ausência de alguém do perfil do volante brasileiro Fabinho é válido, já que o recém-contratado Soualiho Meïte não conseguiu resistir a tanta agressividade por parte dos ofensivos do OL. No mais, uma atuação apagada do meia Thomas Lemar e as participações proativas do atacante senegalês Keita Balde nas construções das jogadas não geraram o equilíbrio entre elaborar e finalizar para o ASM - ficando dependente de ameaças em bolas paradas e eventuais infiltrações de Adama Traoré nos costados.

Os primeiros vinte minutos de jogo foram marcados, como já dito, pela supremacia local através de domínios posicionais e físicos em jogo exterior. No entanto, a característica recente do OL de construir gols esporadicamente na mesma proporção em que concede oportunidades para o adversário, novamente, tornou a partida eletrizante. 

Deste modo, em um curto intervalo de tempo, o cenário da partida sofreu constantes mutações. Abrindo o placar cedo com um gol de Mariano Diaz após jogada fantástica de Fekir no lado esquerdo, os Gones tiveram mais tranquilidade para consolidar seu plano tático com critérios. Contudo, seis minutos após conseguir a vantagem, o heptacampeão francês concebeu uma transição para o Monaco em um erro de passe do jovem Diakhaby, terminando a jogada no empate visitante obtido a partir de um tento do português Lopes. Mais uma vez propiciando o caos, o gol que colocou os mandantes na frente outra vez surgiu em uma triangulação brutal entre Aouar, Fekir e Mendy - resultando no gol do segundo representante citado. 

Já perto do final da primeira etapa, quando o time da casa mantinha fluxos laterais para controlar de forma direta o duelo, o maliano Adama Traoré colocou o time do sul francês de volta no jogo: acertando um chute certeiro no canto do arqueiro Antonhy Lopes, depois de uma infeliz rebatida da zaga local.

Com várias chances de gol para ambos lados, o Lyon saiu vencedor 

Voltando para a etapa final com um nítido desgaste físico - natural pelo jogo imposto anteriormente -, o Lyon deu mais metros para o Monaco construir e progredir desde trás, que sempre tentava adicionar a seu jogo as participações de Adama Traoré e Rony Lopes. Neste contexto, o cansaço dos laterais dos mandantes fez com que uma acumulação de jogadores pelo centro fosse lógica, assim tornando os lados convidativos para o ataque dos homens exteriores do ASM. Portanto, a cada jogada mais elaborada pelos visitantes, esta trama sempre terminava em ritmos altos no último terço para acelerar, acionar os desmarques e jogo de costas de Keita, que incomodou a defesa do Lyon - utilizando de sua principal virtude: a conciliação entre habilidade e físico.

Em contrapartida, as entradas de Memphis Depay e Fernando Marçal no decorrer do período levaram o OL a picos competitivos elevados nos momentos derradeiros do confronto, contando com outra partida dinâmica e coesa do garoto Houssem Aouar para dar continuidade as atividades da equipe nos metros finais do campo. Outra ausência sentida pelos monegascos, sem dúvida alguma, foi a falta do artilheiro Radamel Falcão García. Em diversas ocasiões para Balde e Traoré finalizarem, os africanos não foram capazes de converter as situações em gols - cenário que obviamente seria diferente com a presença do colombiano no gramado.

Ademais, a reta decisiva do jogo teve seu trajeto todo moldado em torno de Nabil Fekir, que nos dez minutos finais, criou cinco chances e finalizou em diversas vezes - tendo até mesmo um tento anulado. Neste contexto, na última bola do jogo, o franco-argelino formado nas próprias categorias de base do Lyon, cobrou com perfeição um tiro direto para a meta de Subasic - dando - heroicamente - a vitória para o Lyon.