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Sai Arrascaeta e entra Gerson: a substituição que mudou o jogo do Flamengo

Apático no primeiro tempo, o uruguaio foi sacado no intervalo, quando o confronto ainda estava empatado

Sai Arrascaeta e entra Gerson: a substituição que mudou o jogo do Flamengo
Foto: Divulgação / Flamengo
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Por Leonardo José

Jogo truncado, meio de campo sem espaços para sequer respirar. Assim era a batalha tática entre Flamengo e Internacional no Maracanã, em jogo de ida das quartas de Libertadores. Tudo parecia não ter um desfecho além do empate sem gols, mas, vindo do banco de suplentes, a peça fundamental surgiu e mudou os rumos do confronto da Cidade Maravilhosa.

Com Gustavo Cuéllar e Willian Arão na volância e Everton Ribeiro e Arrascaeta pelas pontas, armando, Bruno Henrique e Gabigol ficaram leves e lisos no ataque, como Jorge Jesus gosta. No entanto, só isso — por mais que seja muita coisa — não era o suficiente para passar da primeira linha de combate do Inter, que teve Patrick, Edenílson e Lindoso.

Grande esperança para municiar a dupla de ataque, De Arrascaeta se apresentava muito apático, aliás, o uruguaio não tem um estilo pegado de jogo, de total entrega. O perfil dele é técnico, clássico. Assim, a movimentação de Everton com Gabriel foi presa fácil para o trio de volantes colorado.

Vendo que a ausência de ânimo do armador latino flamenguista estava abaixo, o treinador português — que vestia blazer pela primeira vez no comando carioca — trocou Arrascaeta por Gerson no intervalo. E essa substituição mudou o jogo!

E depois do jogo, o Mister Jorge Jesus contou como via o meio-campo adversário: "Pensei bem antes de lançar Éverton ou Gerson, mas quando olhei para os três jogadores de marcação no Inter e não de organização de jogo, optei por ter um jogador mais ofensivo".

Durante o primeiro tempo, o uruguaio não tocou uma vez sequer para Gabigol, atacante que estava em seu lado do ataque, o esquerdo. A maior interação de passe foi com os parceiros de meio de campo, Everton Ribeiro e Willian Arão (ambos receberam três passes). Já com Gerson, em todo o segundo tempo, Arão também foi o principal recebedor de passes (sete), mas Bruno Henrique, pela direita recebeu quatro toques, um deles foi a assistência para o primeiro gol. A verticalidade do meia vindo da Europa foi fator primordial para a acensão do Flamengo na partida.

Voltando ao papel do armador no meio-campo carioca...

Gerson entrou para todo o segundo tempo e a armação ficou muito mais ativa. Com a mudança, Everton Ribeiro foi para esquerda, deixando o recém-colocado na direita. Gerson concentrou as jogadas flamenguistas em seu lado do campo, deixando seu setor como o que mais teve a bola sob tutela do Flamengo: 24% da posse dos mandantes estava na meia-direita — o que antes era na ponta inversa.

Sem querer o jogo, o Inter de Odair Hellmann apostava no entrosamento defensivo de sua equipe para sair do Rio com um 0 a 0 e tentar resolver no Sul. Mas, aos 74 minutos, Rodrigo Moledo sobe ao ataque e deixa a defesa desguarnecida para Filipe Luís puxar contra-ataque com Gabigol e Everton Ribeiro, que põe Bruno Henrique em dividida com Victor Cuesta. Na sobra curta, Gerson apareceu acompanhando a jogada e, quase colado com o marcador e o goleiro, o meia rubro-negro teve a maior calma do mundo para dar um tapinha e recolocar BH na boa para abrir o placar.

Foto: Divulgação / Flamengo
Foto: Divulgação / Flamengo

Quatro minutos depois veio o segundo gol da noite, também com o iluminado Bruno Henrique, que, um pouco mais tarde, recebeu um lançamento invertido magnífico de Gerson. A bola rodou da ponta direita até a esquerda do ataque. BH avançou e rolou para Gabigol ampliar para três a vantagem, mas o artilheiro brasileiro do ano furou e não fez o hat-trick carioca no Maraca — depois do jogo, Gabriel contou que seu parceiro estava muito perto e o passe veio forte, por isso não conseguiu chegar na bola.

No mais, Gerson era o responsável pelo desafogo e contra-ataques do Fla após a boa vantagem. A intensidade que ele trouxe no segundo tempo foi decisiva de monte para as oportunidades ofensivas. Então, mesmo com a noite de brilho por parte de Bruno Henrique, a atuação de "Gershow", o "coringa" do Mister, tem que se altamente exaltada.