A discussão não é tão simples quanto parece. Os números apontam favoritismo para um lado, mas a distância não é tão grande De um lado, Fred é o artilheiro do Brasil e principal nome do Atlético-MG na temporada. Do outro, Henrique Dourado é o segundo principal goleador nacional e vai conquistando a torcida do Fluminense aos poucos. Neste domingo (21), às 16h, na Arena Independência, os atacantes se enfrentam em um duelo particular de camisas 9.

Tratam-se dos dois maiores artilheiros da Série A em 2017. Na temporada, Fred leva uma larga vantagem contra os outros atacantes do país - são 17 gols marcados em 19 partidas disputadas, é o seu melhor início de ano desde que voltou ao Brasil, em 2009. Dourado corre atrás, mas não muito distante: balançou as redes 13 vezes nas 22 partidas que disputou.

ARTILHARIA DO BRASIL EM 2017
GOLS
Fred (Atlético-MG) 17 gols
Henrique Dourado (Fluminense) 13 gols
Paolo Guerrero (Flamengo) 12 gols
Gilberto (São Paulo), Kléber (Coritiba), Ábila (Cruzeiro), Régis (Bahia) 11 gols

No entanto, é preciso avaliar as respectivas equipes para comparar os números. Se Fred ganha em habilidade, Henrique Dourado vence em mobilidade. Enquanto o atleticano é mais pivô, atraindo a marcação, é comum ver o Tricolor saindo da área para criar espaços e deslocando as defesas. No Galo, Robinho e Cazares aproveitam da centralização. No Flu, Richarlison e Wellington são beneficiados pelos corredores criados.

"Ele foi um jogador muito feliz na sua passagem por aqui. Mas teve oscilações também. Não foi só maravilha. Temos que ter atenção especial com ele, como teríamos com qualquer atacante de qualidade. Espero que, no domingo, ele não esteja num dia bacana e a gente possa neutralizar os pontos fortes do Atlético-MG e sair de lá com um resultado positivo", disse Dourado, em coletiva.

No fim, a conclusão: Dourado, é mais móvel para fazer seu time jogar; Fred, é mais mortal. Fluminense e Atlético-MG se enfrentam neste domingo (21), às 16h, na Arena Independência, em partida válida pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro. O Tricolor é o sexto colocado, com três pontos conquistados; o Galo é o 11º, com um.

FRED
VS.
HENRIQUE DOURADO
19 JOGOS JOGOS 22 JOGOS
17 GOLS GOLS 13 GOLS
0,9 POR JOGO MÉDIA 0,6 POR JOGO
1.456 MINUTOS MINUTOS JOGADOS 1.526 MINUTOS

Melhor ataque, Flu supera 'Fredependência'

Quando Fred saiu, a preocupação em Laranjeiras era sobre quem seria o homem-gol do Fluminense? Henrique Dourado foi contratado para essa função, mas não vingou nas mãos de Levir Culpi. Com Abel Braga, se uniu a Wellington e Richarlison para formar o melhor ataque entre os clubes da Série A: são mais de 60 gols em 31 partidas até aqui.

Ainda visto sob desconfiança pelos torcedores, o 'Ceifador' ignora as críticas e se garante como artilheiro do Fluminense em 2017 - são 13 gols marcados em 22 jogos. Também é o segundo maior goleador do país entre os atacantes da Série A, atrás apenas do próprio Fred, com 17. O rubro-negro Paolo Guerrero aparece em terceiro com 12.

Mas há um dado interessante: entre os camisas 9 do Flu nos últimos anos, Dourado é o que mais marcou gols nos primeiros meses da temporada. Do dia 01/01 até 21/05, data da partida deste domingo contra o Atlético-MG, ele marcou 13 gols em 22 jogos; em comparação, Fred viveu seu melhores inícios em 2011 e 2015, e, até a mesma data nos respectivos anos, marcou 12 - porém fazendo menos jogos (17).

Sem Pratto, Fred elevou seus números

A boa fase de Fred tem um dado curioso por trás. Desde que o também atacante Lucas Pratto deixou o Atlético-MG rumo ao São Paulo, seus números aumentaram consideravelmente. Se antes disputava posição, hoje é unanimidade entre os torcedores e para o técnico Roger Machado. São 17 gols em cinco meses, sendo 12 deles após a transferência - há três meses.

O protagonismo de Fred cresce ainda mais quando são observados os números da equipe. Ele marcou mais da metade dos gols do Galo na temporada, além de ser o vice-líder entre os principais assistentes. Sua média de finalizações também impressiona: foram 23 chutes para os 17 gols, um aproveitamento de 62,5%.

“A função do atacante é fazer gol. Já fiquei dois, três jogos sem marcar e, por isso, não me iludo com esse momento. Sei que tenho que continuar trabalhando firme, sempre conversando bastante com os companheiros para que eles possam ter noção do meu posicionamento na área. O mais importante não são os gols, o mais importante é que os gols resultem em vitórias para Galo”, disse o atacante.