Na manhã de sábado (22), a seleção uruguaia fez seu primeiro treinamento no Rio de Janeiro, no CT da Barra Fluminense, em preparação para seu último jogo pelo Grupo C diante do Chile — confronto que marca a briga pela primeira posição da chave acontece às 20h da próxima segunda-feira (24). Em seguida, teve coletiva do atacante Edinson Cavani.

As atividades da Celeste começaram com exercícios físicos no ginásio e depois trabalharam no campo. Tudo dentro das instalações do Fluminense. Após o almoço, ainda no hotel Windsor Barra, Cavani comentou sobre o pequeno torcedor Derick Miguel Ribeiro, que chorou o junto aos atletas japoneses por estar perto dos craques uruguaios. 

"Creio que é algo que sai como forma de agradecimento, seja uma criança ou um adulto. Quando alguém te pede uma foto ou autógrafo é porque gosta de você. Não há nada melhor do que isso, é uma maneira de devolver algo de todo esse carinho que recebo. Aquele garoto foi único, coisa que não esquecemos nunca. É a coisa mais linda do mundo. Esse garoto estava chorando quando saímos do vestiário, pedi para ele não chorar, que se não chorasse eu dava a camisa. E assim foi."

Centroavante do PSG, o camisa 21 do Uruguai também falou sobre o nível de competitividade da Copa América 2019.

"A Copa América está muito equilibrada, muitos resultados diferentes, mas acredito que o mais importante é concentrar em sair para dar o melhor. E depois veremos, jogo por jogo, a partida que seja. Nós temos que sair ao campo com atitude para ganhar."

Dupla com Suárez

Fazendo uma das duplas de ataque mais aplaudidas do mundo ao lado de Luisito Suárez, Cavani disse ressaltou o entrosamento com seu parceiro de Celeste.

"Não sei se é um segredo, estamos juntos há muitos anos, nos conhecemos bem, conhecemos a condição um do outro. Juntos, nos completamos. Somos diferentes em muitos aspectos, isso é muito positivo para a seleção."

Sobre Neymar

Companheiros de Paris Saint-Germain, o uruguaio mandou uma mensagem de motivação a Neymar.

"Falava com Neymar na França em situações diferentes que ele viveu. Neste momento na Copa não falei com ele. Sei do que está passando. Creio que na vida não passamos sempre por melhores momentos. É um momento de buscar soluções para as coisas, tem muito carisma, capacidade para sair dessa. Que possa se recuperar o quanto antes. Que deixe o que passou para trás."

E jogar no Maracanã?

O jogo entre Uruguai e Chile será no Rio de Janeiro, no Maracanã, onde também será a final no dia 7 de julho. E Cavani não escondeu o sentimento diferente que é jogar no estádio carioca. Também não deixou passar batido o Marcanazo de 1950, quando o Uruguai se tornou campeão da Copa do Mundo sobre o Brasil.

"Quando se fala em Maracanã vem um sentimento muito particular na cabeça, temos claro do que foi esse momento nesse estádio (Maracanazo em 1950). Sempre um orgulho jogar pelo Uruguai nesse estádio incrível. O Chile é uma equipe que tem um elenco muito preparado, que se conhece há muito tempo. Como dizem, está azeitada."

Outras respostas do atacante uruguaio

Vai sair do PSG, Cavani?

"No meu caso, eu quero jogar o futebol. Muitas vezes me colocavam em certas situações que só queria jogar. Entrei na seleção na Copa América e não penso no que vem depois. Mesma coisa com meu clube. Quando estou no clube, só penso no clube. Neste período, Cavani passa por todos as equipes da Europa. Nesse tema tenho experiência, não me afeta."

Qualidade dos gramados brasileiros

"Estamos jogando em estádios de equipes de muita história. Não estamos jogando em várzea, a culpa não é do estádio. E eu também poderia ter culpa de não ter feito da melhor forma. São grandes estádios, é igual para todos."

Idade avançada com 32 anos?

"Há muitos quilômetros a mais. Cavani com 25, 26, hoje tenho muito mais vivência. Tenho muita vontade de seguir, na carreira vivemos muitos momentos. Quero seguir fazendo o que amo, que é o futebol. E por essa gente que nos segue, que nos mostra carinho. Com o passar dos anos, o trabalho tem que ser maior para seguir competindo 100%. Espero que o Cavani siga por mais alguns anos."

VAR na Copa América

"Creio que o VAR leva muita justiça ao futebol com a repetição das jogadas. VAR abaixou muito o grau de injustiça, é algo muito importante. Mas creio que precisa manter a dinâmica do jogo. Nenhum árbitro sabendo que tem o VAR que se impor. Por essa parte, em muitas vezes atrapalha a dinâmica. Tira um pouco da essência do futebol."