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Relembrar é viver: com atuação perfeita no Arruda, Náutico é campeão pernambucano de 2004

Há 14 anos, Timbu revertia placar diante da Cobra Coral e conquistava o título

Relembrar é viver: com atuação perfeita no Arruda, Náutico é campeão pernambucano de 2004
Foto: TimbuNet
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Por Luana Oliveira

No dia 18 de abril de 2004, Náutico e Santa Cruz se enfrentaram no estádio do Arruda, jogo válido pela segunda partida da final do Campeonato Pernambucano. Após perder nos Aflitos por 1 a 0, Náutico precisava vencer por dois gols de diferença, já que qualquer empate ou o mesmo placar da ida, ainda dava o título aos tricolores, que na junção de pontos dos dois turnos, era superior aos alvirrubros. O Timbu venceu indiscutivelmente por 3 a 0, com gols de Batata, Jorge Henrique e Kuki.

Regulamento

O regulamento dividia o campeonato em três fases, primeiro turno, segundo turno e final (caso houvesse líderes diferentes nos dois turnos). Santa Cruz ficou na primeira colocação do turno inicial, com 22 pontos, em nove jogos disputados. Já no segundo turno, foi a vez do Náutico ficar na liderança, com 22 pontos. Apesar do empate em pontos, a vantagem de decidir em casa ficou para os tricolores, que somando o primeiro e segundo turno, fizeram 41 pontos, superior aos 39 pontos dos alvirrubros.  O Timbu encerrou o campeonato com quatro derrotas, três empates e treze vitórias. Tendo o melhor ataque da competição.

Dificuldades 

Tendo sido vice-campeão no ano anterior e precisar lidar com a desvantagem, Náutico venceu algumas barreiras até a conquista do título.

No primeiro jogo, o time comandado por Zé Teodoro teve dificuldade na saída da concentração para os Aflitos, porque o ônibus responsável pelo transporte dos atletas passou por problemas mecânicos, sendo assim, o elenco precisou ir de táxi e carros de torcedores para o estádio. Após esse imbróglio, mais a derrota dentro de casa. Comissão técnica e jogadores precisaram unir forças para reverter o placar no Arruda. 

Durante a semana do segundo jogo, em entrevista o atacante Kuki conta que o “já ganhou” do adversário favoreceu a postura do Náutico no jogo da volta. “Começamos a ganhar o campeonato após a derrota nos Aflitos. Os jogadores do Santa foram para o alambrado comemorar depois que conquistaram a vitória na nossa casa. Eles comemoraram a semana inteira, mas esqueceram que tinha o jogo de domingo”, disse.

Foto: Youtube/Reprodução
Jogador do Santa Cruz comemorando a vitória no jogo de ida, no estádio dos Aflitos. (Foto: Youtube/Reprodução)


Com tudo isso engasgado, Kuki ainda contou do churrasco feito pelos tricolores. “Chegou aos meus ouvidos que os jogadores de lá fizeram até um churrasco para comemorar antes da partida. Sendo que a picanha quem comeu foi a gente e a taça também foi a gente quem levantou”, finalizou

União do grupo

A qualidade técnica e união do grupo foram as maiores lembranças dos jogadores que fizeram parte do elenco. Sempre em busca de jogar em prol do Clube Náutico Capibaribe, nunca pensando individualmente, que mesmo com a vinda da derrota, o clima pesado não entraria no vestiário.

Atletas como Marco Antônio e Marquinhos, lembram com carinho dos momentos vividos naquele ano. “Individualmente foi o melhor elenco que joguei. Tínhamos quatro jogadores bastante diferenciados no time. O treinador tinha sempre grandes opções em todos os setores do campo”, contou ex-lateral Marquinhos.

Apesar de novo, na época, Marco Antônio frisa o respeito do elenco por todos. “Criamos um respeito e amizade no grupo. Depois de todos esses anos, ainda tenho contato com alguns jogadores daquela conquista. Olho para trás e vejo que foi um dos melhores anos da minha carreira”, disse Marco Antônio.

Virando o placar, a moral e o campeonato

Na concentração para o segundo e decisivo jogo, a palestra de Zé Teodoro foi marcante e inspiradora para os jogadores, suas palavras aumentaram ainda mais a vontade pela conquista do título. Assim como o elenco, a torcida alvirrubra não se abateu, encheu o seu setor no Arruda, mostrando confiança na taça. Marquinhos conta que após Batata marcar o primeiro gol, tiveram a sensação que apareceram mais torcedores. “Depois do gol de Batata, parecia que tinha aumentado o número de torcedores”, contou.

Logo no primeiro minuto, Marco Antônio cobrou falta e Batata subiu mais alto que todo mundo para marcar o gol de cabeça. Dois minutos depois, Marco Antonio contou com a sorte da bola bater na bandeira de escanteio, não sair e voltar para os seus pés, que cruzou rasteiro para Jorge Henrique marcar o gol que dava o título ao Náutico. Em menos de 10 minutos, o Náutico reverteu a desvantagem abrindo 2 a 0, a felicidade alvirrubra ecoava no estádio.

Foto: TimbuNet
Emoção de Kuki após marcar o terceiro gol da partida (Foto: TimbuNet)

No segundo tempo, em mais um cruzamento de Marco Antonio, o baixinho Kuki marcou o terceiro gol, carimbando a faixa de campeão e acabando com qualquer possível poder de reação dos donos da casa.
Carlos Alberto acabou sendo expulso, Náutico terminou o jogo com 10 jogadores em campo. Nem com a expulsão, o Santa Cruz buscou poder de criação para diminuir a vantagem do adversário.

Foto: YouTube/Reprodução
Jogadores comemorando o título com a torcida  alvirrubra presente no estádio (Foto: YouTube/Reprodução)

Com o apito final do árbitro, Náutico quem fez a festa no Arruda, conquistando seu 21º título do Campeonato Pernambucano de Futebol. O Timbu mostrou ser possível o que parecia impossível!