Fernando Diniz pede desculpas "pelo tom agressivo" usado em coletiva após Fla-Flu

Treinador do Fluminense usa espaço da coletiva de imprensa para se desculpar com os jornalistas e torcedores

Fernando Diniz pede desculpas "pelo tom agressivo" usado em coletiva após Fla-Flu
Marcelo Gonçalves/Fluminense FC
eduardo-alves
Por Eduardo Alves

A tarde da última quinta-feira (22) foi de coletiva de imprensa no CT Carlos Castilho, em Jacarepaguá. Nela, o treinador Fernando Diniz respondeu à perguntas, mas antes disso, fez uma declaração.

Nessa declaração, o treinador tricolor pede desculpas pelo seu comportamento durante a coletiva pós-jogo na eliminação tricolor do Campeonato Carioca, para o rival Flamengo.

Além disso, Diniz respondeu a algumas perguntas. Essas foram as principais respostas.

Pronunciamento inicial

Antes do início das perguntas, Diniz se pronunciou abertamente aos torcedores e aos jornalistas presentes:

"Quero pedir desculpas pelo tom agressivo com que me dirigi em alguns momentos, e também pela generalização que fiz à imprensa. Dei uma generalizada, coisa que não gosto. Tenho uma relação (com a imprensa) que considero muito positiva, até especial."

Marcelo Gonçalves/Fluminense FC
Marcelo Gonçalves/Fluminense FC

"Desde 2019, quando trabalhei aqui pela primeira vez, e depois na minha volta em 2022. Há muitos aqui que são muito sérios, muito bons. Alguns tricolores, outros não, mas que cobrem o Fluminense e o futebol com muita seriedade. E blogueiros também. Muita gente séria, e muita gente que se aproveita do momento ruim para criar coisas que acho desnecessárias para o Fluminense e o ambiente do futebol como um todo." o treinador completou.

Nada de favoritismo!

Perguntado sobre considerar ou não o Fluminense favorito à reconquista da Libertadores e se achava o sorteio favorável ao tricolor, Diniz manteve os pés no chão:

"Nunca acho o Fluminense favorito a nada. A base do time é um time que tem que ter fome e humildade, saber respeitar os adversários. O Alianza Lima está indo para a 30ª Libertadores, o Fluminense para a décima. Pegamos três times extremamente cascudos e acostumados a jogar essa competição. Não tem absolutamente nada fácil, e vai exigir do Fluminense tanto ou mais do que o ano passado. Isso é o que temos internamente. Não é discurso, é uma prática diária. Três adversários muito duros e tradicionais, que vão ter nosso respeito máximo. Já estão tendo."

Elenco mais recheado

Perguntado sobre como enxerga a profundidade do elenco, o treinador exaltou a qualidade do elenco, em especial no fato de considerar um elenco mais capaz a suportar a longa e exigente temporada:

" É a intenção de ter time mais robusto. Lembrar ano passado, tivemos jogos na Copa do Brasil que lançamos mão de jogadores jovens, Isaac, Artur, Giovani. Quando lança da base, mais fácil o time mais redondo. Com elenco mais abastecido, de peso, a gente aumenta nossa chance de levar o time adiante em outras frentes."

Carinho pela torcida

Quando perguntado sobre o sentimento que nutria pelo torcedor tricolor, Diniz abriu o coração:

"O maior patrimônio do clube é a torcida. Tenho um carinho enorme pela maneira que eles sempre abraçam a mim e ao meu trabalho. Tenho muito a agradecer à torcida do Fluminense e deixá-los tranquilos que a gente está trabalhando constantemente para entregar vitórias e alegrias. Porque uma das coisas que eu mais gosto é ganhar campeonatos e correr na direção dos torcedores." 

Adaptações táticas

Conhecido por adaptar jogadores à novas funções táticas, Diniz foi perguntado sobre o que o motiva a tal. Um exemplo é a opção recente por Marquinhos, naturalmente ponta, como lateral-direito, para enfrentar o Flamengo. Essa foi a sua resposta:

"Para aumentar a chance de o time ganhar. Se tiver que botar 10 zagueiros e isso for me ajudar a ganhar, eu boto. Dez atacantes, eu boto. Foi assim que ganhamos. O Flamengo tem uma zaga boa, de saúde, de idade, e busca o Léo Ortiz, é diferente. Aqui é tentar colocar o melhor time. Aqui não reluto de fazer. Desde que ajude o time a vencer. Esse foi o trunfo na Libertadores e Recopa. Só ver quantas vezes virou jogos com recuo do André para a zaga. Como melhoramos com Marquinhos na direita, mais profundidade, dar liberdade para o Arias por dentro. Vou ajustando com as peças que tenho para ter mais chance de ganhar."

Análise sobre o grupo da Libertadores

Perguntado sobre como enxerga o Fluminense dentro do grupo que foi sorteado para a Libertadores, Diniz exaltou bastante os adversários do tricolor nessa primeira fase:

"Nunca acho o Fluminense favorito a nada. A base do time é um time que tem que ter fome e humildade, saber respeitar os adversários. O Alianza Lima está indo para a 30ª Libertadores, o Fluminense para a décima. Pegamos três times extremamente cascudos e acostumados a jogar essa competição. Não tem absolutamente nada fácil, e vai exigir do Fluminense tanto ou mais do que o ano passado. Isso é o que temos internamente. Não é discurso, é uma prática diária. Três adversários muito duros e tradicionais, que vão ter nosso respeito máximo. Já estão tendo."

Deslocamento pequeno e sem altitude

Nossa reportagem esteve presente na coletiva e perguntou a Diniz sobre qual a importância de ser um dos times brasileiros com menos deslocamento e um dos poucos a não enfrentar altitude na Libertadores. Ele nos contou o seguinte:

"Isso é um fator que ajuda, inegavelmente. Você se deslocar menos e não jogar na altitude ajuda o Fluminense. A altitude é um complicador muito grande, independente se for em La Paz (Bolívia), Oruro (Bolívia), Juliaca (Peru). Isso é uma coisa que ajuda o Fluminense."

Essa foi a primeira vez em algum tempo que Fernando Diniz solicitou uma entrevista coletiva com jornalistas para poder falar abertamente. A prática é fundamental para que haja um esclarecimento constante de suas ideias para quem cobre o clube.