A Rússia recebe, a partir da quinta-feira (14), a 20ª edição da Copa do Mundo da FIFA, que coloca 32 seleções lutando pela maior honraria do futebol mundial. A Bélgica lidera um dos oito grupos do torneio, que fica completo com TunísiaPanamá e Inglaterra, a campeã de 1966.

Nos amistosos que marcaram a preparação das seleções, os Três Leões somaram duas vitórias magras contra Nigéria (2-1) e Costa Rica (2-0) e os africanos empataram com Portugal e Turquia por 2 a 2. A Marea Roja sofreu oito gols nos últimos três jogos contra Suíça (0-6), Noruega (0-1) e Dinamarca (0-1). Já os Diabos Vermelhos empataram sem gols com Portugal e foram melhores sobre a Arábia Saudita (4-0) e o Egito (3-0).

Histórico

Tunísia: Em 1978, a Tunísia fez história ao conquistar a primeira vitória africana em Copas do Mundo. Depois de retornar dos vestiários argentinos, a equipe bateu o México de virada por 3 a 1. O jogo segue sendo o único triunfo dos tunisianos em Mundiais por 40 anos. Em 2018, a seleção fará sua quinta participação na maior festa do futebol para engrossar a lista de cinco representantes africanos em solo russo.

Inglaterra: Donos da associação de futebol mais antiga do planeta, a Inglaterra é uma das sete seleções campeãs mundiais. O único título veio em 1966 após derrotar a Alemanha de Beckenbauer por 4 a 2 na final em Wembley. O English Team soma 13 participações em Copas do Mundo. No Brasil, a equipe de Rooney se despediu na primeira fase após somar apenas um ponto. Nos últimos dez anos, as melhores campanhas inglesas pararam nas quartas de final, nas edições de 2002 e 2006.

O zagueiro inglês Bobby Moore ergue a taça Jules Rimet em Londres
O zagueiro inglês Bobby Moore ergue a taça Jules Rimet em Londres

Bélgica: Uma das 14 seleções europeias do Mundial russo, a nova e talentosa geração belga tem como inspiração a equipe de 1986. Numa performance histórica, o time avançou até as semifinais da Copa do México, quando foi derrotado pela Argentina de Maradona e, posteriormente, pela França, na disputa pelo terceiro lugar. Garantiu vaga no torneio de 2014 depois de um jejum de 12 anos e a camisa celeste voltou a ser o algoz da Bélgica nas quartas de final. Na Euro de 2016, também pararam nas quartas diante do fraco País de Gales. O fracasso culminou na demissão do técnico Marc Wilmots e deu início a uma revolução no modo de jogar dos Diabos Vermelhos

Panamá: A Marea Roja fará sua estreia em Copas do Mundo. Mas se a história panamenha no futebol não tem tanto peso, o torneio russo já deu muita felicidade e reverberou comemorações do Oceano Pacífico ao Mar Caribenho. O dia da classificação, 10 de outubro de 2017, foi declarado feriado nacional pelo presidente Juan Carlos Varela.

Caminho até a Rússia

Tunísia: O passaporte para a Rússia foi confirmado na última rodada das Eliminatórias da África. Os líderes do grupo A somaram seis vitórias e dois empates em oito jogos, com 11 gols marcados e 4 sofridos. A Copa do Mundo de 2018 encerra um jejum de 12 anos dos tunisianos e é a oportunidade para superarem, pela primeira vez, a fase de grupos do torneio. 

Seleção tunisiana comemora classificação para a Copa de 2018/ Reprodução FIFA
Seleção tunisiana comemora classificação para a Copa de 2018/ Foto: Reprodução/ FIFA

Inglaterra: O percurso dos Três Leões até o Leste Europeu passou por um escândalo de corrupção. O então técnico Sam Allardyce foi afastado 67 dias depois de assumir o cargo e deu lugar a Gareth Southgate. O passaporte para a Copa do Mundo da Rússia 2018 veio após uma campanha sem derrotas, com apenas dois empates em dez jogos nas Eliminatórias. Com 26 pontos somados, a equipe liderou o grupo F e terminou como a melhor defesa entre as 54 seleções europeias, com apenas três gols sofridos.

Bélgica: Sob o novo comando técnico do metódico Roberto Martínez nasceu o sistema 3-4-3 no time que passeou pelas Eliminatórias e foi a primeira seleção europeia, depois da Rússia, a garantir vaga na Copa de 2018. Invictos e com nove vitórias em dez jogos, os belgas marcaram 43 gols e sofreram apenas seis. O desempenho surtiu efeito no ranking da FIFA e colocou a Bélgica como cabeça de chave do grupo G, acompanhada de uma dose de favoritismo.

Panamá: A campanha canalera contou com 13 pontos ganhos em 30 disputados, nove gols marcados e dez sofridos, e garantiu a terceira vaga das Eliminatórias da Américas Central e do Norte. Na última rodada, os Estados Unidos perderem para a fraca Trinidad e Tobago e Honduras superou o então invicto México. Assim, a equipe comandada por Hernán Darío Gómez confirmou a inédita classificação para uma Copa do Mundo ao vencer a Costa Rica de virada, por 2 a 1, com um gol nos últimos minutos.

Destaques

Tunísia: Após perder a principal estrela Youssef Msakni por lesão, o técnico Nabil Maâloul aposta no meia-atacante Wahbi Khazri. O jogador de 27 anos soma 12 gols em 35 jogos pela seleção e está emprestado ao clube inglês Sunderland após passar pelo Rennes. Da escola francesa saem também os meias Bassem Srarfi e Elyess Skhri, jogadores do Nice e de Montpellier, respectivamente.

Eden Hazard e Harry Kane em jogo da Premier League. Foto: Getty Images
Eden Hazard e Harry Kane em jogo da Premier League. Foto: Getty Images

Inglaterra: A esperança dos inventores do futebol mora nos pés do capitão Harry Kane. Com faro de gol, o jogador do Tottenham foi vice-artilheiro da última edição da Premier League e é considerado o centroavante com mais regularidade no cenário mundial. O camisa 9 faz dupla com outra estrela, Raheem Sterling, que fez bela temporada com o Manchester City. No meio-campo Dele Alli e Jordan Henderson são peças importantes, mas o destaque é Jesse Lingard, que evoluiu de promessa para um atleta completo e provou que pode atuar ao lado de Alli.

Bélgica: Com a mesma base que veio ao Brasil, não falta entrosamento aos belgas. O talento das peças e a qualidade da equipe ficam evidenciados quando a maioria de seus jogadores é titular e tem status de craque em seus clubes, com destaque para o quarteto do futebol inglês. Os meias Kevin de Bruyne e Eden Hazard são peças fundamentais no Manchester City e no Chelsea, respectivamente. No ataque, o destaque é o Romelu Lukaku, estrela do United e isolado na artilharia belga com 31 gols. Thibaut Courtois, goleiro dos Blues, fornece a segurança necessária entre as traves.

Panamá: A lista de jogadores panamenha impressiona pela quantidade de atletas que atuam na Major League Soccer. Entre os 23 convocados, seis defendem clubes americanos e o grande destaque é o zagueiro do Seattle Sounders FC. Román Torres é o capitão da seleção com 32 anos, já foi convocado pelo menos 100 vezes e marcou o gol da classificação do Panamá para a Copa do Mundo de 2018, ato que o elevou a categoria de estrela de cinema.

Torres comemora a classificação com a eufórica torcida panamenha. Foto: Getty Images
Torres comemora a classificação com a eufórica torcida panamenha. Foto: Getty Images

Análise do Grupo

O excêntrico grupo G tem uma estreante, uma equipe que nunca superou a fase de grupos de um mundial, uma seleção dona de uma das gerações mais promissoras da atualidade e a campeã de 1966 fortalecida. Portanto, Inglaterra e Bélgica devem se classificar com muita tranquilidade para a segunda fase da Copa do Mundo da Rússia 2018, enquanto Panamá e Tunísia lutam para vencer um jogo. O caminho do quadrante no Mundial começa na segunda-feira (18) com o confronto entre Bélgica e Panamá às 12h, em Sochi, e Tunísia e Inglaterra às 15h, em Volgogrado. Nas oitavas de final, os classificados grupo G encaram o líder e o vice-líder do grupo H, que conta com Polônia, Colômbia, Japão e Senegal