Cueva desperdiça pênalti e Dinamarca bate Peru em estreia na Copa do Mundo

Em Saransk, VAR entra em ação e confirma pênalti em meia do São Paulo, que desperdiça e vê Poulsen, autor da penalidade, definir vitória decisiva em confronto direto pela classificação no Grupo D

Cueva desperdiça pênalti e Dinamarca bate Peru em estreia na Copa do Mundo
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Por Matheus Henrique

Pelo segundo jogo do dia do Grupo D - França e Austrália jogaram às 7h -, Peru e Dinamarca se enfrentaram na Arena Mordovia, em Saransk, e o resultado foi de vitória dos dinamarqueses. O confronto contou com interferência direta do VAR, pênalti perdido por Cueva e gol de Poulsen, para definir o placar de 1 a 0 em favor dos nórdicos.

Sendo assim, os dinamarqueses chegam a 3 pontos no Grupo D, empatados com a França em pontos e vitórias, mas inferiores nos gols marcados (franceses têm dois). Na próxima rodada, a Dinamarca enfrenta a Austrália, em confronto que pode definir o carimbo em seu passaporte para a próxima fase. Por outro lado, o Peru não movimenta seu número de pontos e terá a dura missão de vencer a França na próxima rodada para seguir vivo na competição.

Próximos confrontos do Grupo D:

Dinamarca x Austrália - 21/6 - 9h - Samara

França x Peru - 21/6 - 12h - Ecaterimburgo

A partida significava um divisor de águas, visto que as equipes disputam diretamente o provável segundo lugar do grupo, tendo como base o favoristimo da seleção francesa e a inferioridade dos australianos. Sendo assim, a equipe que conseguisse a vitória, além de dar um passo rumo a seu objetivo na fase de grupos, atrapalharia os planos do adversário.

O Peru fazia sua reestreia na Copa do Mundo após 36 anos inativo da competição, enquanto os dinamarqueses retornavam ao torneio após ficarem de fora da edição do Brasil. De início, o técnico da seleção peruana optou por manter a formação dos jogos preparatórios e manteve Paolo Guerrero, atacante do Flamengo, de fora da equipe titular. Age Hareide, comandante da Dinamarca, também utilizou a mesma estratégia e manteve a base da equipe.

Peru pressiona, mas Cueva perde pênalti 

Sobre estratégias, a da Seleção Peruana foi de pressionar os dinamarqueses no início da partida e chegou muito perto de dar certo. Sua principal arma foi André Carillo, destaque na etapa inicial pelas jogadas de velocidade na direita, além de Cueva, principal responsável pela armação de jogadas e conseguiu fazer bem a organização da equipe. A pressão também foi vista na marcação no campo de defesa dinamarquês, com os atacantes peruanos diminuindo os espaços e opções dos zagueiros adversários, dificultando a saída de bola.

Delaney marca Carillo, principal nome peruano no primeiro tempo (Foto: Clive Brunskill/Getty Images)
Delaney marca Carillo, principal nome peruano no primeiro tempo. Foto: Clive Brunskill/Getty Images

Mesmo com a imposição peruana, seus jogadores não conseguiam efetivamente furar a última linha defensiva dinamarquesa e optaram por chutes de média distância. Aos 12 minutos da primeira etapa, o Peru já havia chegado dessa forma em três oportunidades, as quais duas contaram com boas defesas de Schmeichel e uma delas para fora. A última foi a mais perigosa, quando Carillo, na mesma minutagem comentada, passou pelo lateral Larsen, cortou para a perna esquerda chutou forte no canto do goleiro dinamarquês, que fez boa defesa.

A partir dos 20 minutos da partida, a Dinamarca tentou impor seu estilo de jogo e aumentou sua posse de bola, porém, ainda era pouco. Sua primeira oportunidade de perigo foi aos 26 minutos, quando Delaney arriscou chute de longa distância e a bola foi por cima do gol de Gallese. Dois minutos depois, o Peru deu a resposta, quando Advíncula percebeu a infiltração e deu bom passe para Carillo novamente assustar os dinamarqueses. Desta vez, a bola foi para fora, mas o primeiro gol parecia questão de tempo.

Esse tempo demoraria cerca de 20 minutos, ou, pelo menos, era o que o torcedor esperou quando Cueva foi derrubado na área e pediu pênalti. Em primeiro momento, o árbitro não abraçou a causa, porém, exatos 23 segundos depois, o mesmo recebeu o aviso dos profissionais do VAR (árbitro de vídeo) e saiu de campo para observar o lance na TV, em melhor ângulo. Ao rever o lance, ele apontou a marca da cal e o pênalti foi confirmado. Na cobrança, a vítima da penalidade puxou a responsabilidade e... chutou para fora, fechando as esperanças dos espectadores de alterações no placar. Na saída do campo, o camisa 8 saiu em lágrimas pelo desperdício da penalidade.

Cueva se abate após pênalti perdido (Foto: Clive Brunskill/Getty Images)
Cueva se abate após pênalti perdido. Foto: Clive Brunskill/Getty Images

Poulsen decide, Guerrero quase faz de calcanhar, mas Dinamarca vence

Veio então o segundo tempo da partida. Inicialmente, sem mudanças no parâmetro da etapa inicial. O Peru novamente utilizou a estratégia de pressionar e novamente chegou perto de abrir o marcador. Aos 11 minutos, Cueva teve a chance de se redimir pelo pênalti perdido após receber belo passe de Trauco e ficar em boa posição para finalizar, porém, preferiu cortar e chegou a deixar o marcador no chão, mas em seguida perdeu o ângulo e optou por tocar a bola. Na sequência, Advincula estava desequilibrado e não conseguiu finalizar, por final, Flores pegou mal na bola, que foi pelo lado do gol de Schmeichel.

O velho ditado do futebol não perdoou as chances perdidas pelo Peru. O "quem não faz, leva" entrou em ação dois minutos depois, quando Eriksen puxou contra-ataque e enfiou para Poulsen sair de cara para o goleiro e finalizar para as redes, para decepção dos peruanos. Por outro lado, os mesmos não se entregaram. Logo aos 15 minutos, Flores aproveitou bom passe de Cueva e finalizou, para boa defesa do goleiro adversário. Em seguida, Ricardo Gareca protagonizou a entrada de Paolo Guerrero, que levou perigo no minuto seguinte de sua entrada, aos 17 minutos, em cabeceio.

E seguiu desta forma por grande parte do segundo tempo. Enquanto o Peru insistia pelo gol de empate, a Dinamarca optou por se retrair e tentar contra-atacar. Guerrero, que fazia sua tão sonhada estreia em Copas do Mundo, chegou a marcar histórico gol, quando recebeu na pequena área e tentou chutar de calcanhar, mas a bola passou cuidadosamente ao lado esquerdo da trave de Schmeichel, que só rezou para ela não entrar. 

Foto: Clive Mason/ Getty Images
Poulsen comemora gol da vitória. Foto: Clive Mason/Getty Images

O fim do jogo foi movimentado. Entre os 36 e 40 minutos, a Dinamarca chegou duas vezes, com Jorgensen e Eriksen, que quase aumentaram a vantagem. No meio tempo, Farfán chegou perto do gol de empate, mas foi impedido por Schmeichel. Porém as tentativas foram efetivas e o jogo terminou numa movimentada vitória por 1 a 0 da Dinamarca.