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Kvitova se diz orgulhosa da campanha, mas admite decepção com vice: "É doloroso"

Tcheca perdeu título para Naomi Osaka e se diz triste pelo resultado, mas feliz por campanha; com o vice, ela se torna a nova número dois do mundo

Kvitova se diz orgulhosa da campanha, mas admite decepção com vice: "É doloroso"
Foto: Ben Solomon/Tennis Australia
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Por Gustavo Cipriano

A #6 Petra Kvitova perdeu neste sábado (26) a final do Australian Open para Naomi Osaka. A tcheca perdeu o primeiro set, salvou três match points contra para vencer o segundo, mas acabou sendo derrotada em 2 sets a 1, com parciais de 7/6(2), 5/7 e 6/4 para a japonesa.

Na entrevista coletiva após a decisão, a vice-campeã se mostrou bastante decepcionada com a perda do título. “O resultado é doloroso. Não sei quanto tempo vou demorar para me recuperar. Acredito que em uma final, você tem poucas chances e se vocês não as aproveita, não há muito o que se fazer. Acho que esse foi o caso hoje”, analisou.

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A tenista duas vezes campeã de Wimbledon, porém, se diz satisfeita com o caminho até a final. “Eu gostaria de ter ganhado o torneio, mas estou sem dúvida orgulhosa da jornada. Não esperava chegar tão longe. Tenho algumas coisas a aprimorar; vou trabalhar para isso e estarei de volta”, comentou.

Kvitova foi perguntada sobre o que fez especificamente para salvar os três match points contra no segundo set. “Fui mais para as bolas vencedoras naqueles pontos, algo que não fiz no primeiro set. Fiquei pensando em manter meu serviço e fazê-la sacar depois. Foi um bom aumento de confiança ter saído daquela situação”.

Ao final da segunda parcial, Osaka parecia, pelo menos na expressão, muito decepcionada. Petra acredita que nada disso foi levado para o set decisivo e que a japonesa retornou jogando firme. “Quando o terceiro set começa, é um novo jogo. Ela sacou e conseguiu confirmar no início; acho que a confiança voltou e daí para frente, ela jogou muito bem”, analisou.

Perguntada sobre o que pensa do futuro da jovem adversária, a tcheca disse que é incerto, mas promissor. “Acho que o tênis feminino está bem aberto, mas a Osaka já tem se mostrado uma das melhores. Tem jogado muito bem, e mostrou isso no US Open e agora no Australian Open. Se ela jogar o seu melhor tênis, continuará perto do topo”. “Ela sabe ser agressiva e jogar sobre a linha de base também. Ela manda a bola às vezes  de um jeito que é difícil de colocar em jogo novamente”, comentou.

Kvitova vinha de cinco vitórias seguidas em finais de torneios, mas mesmo com a sequência quebrada, ela acredita que a campanha no Aberto da Austrália poderá ajudá-la para o restante da temporada. “Sempre se tem altos e baixos, e é uma das razões que faz o tênis ser um esporte lindo; (por ser imprevisível). (...) Assim, tomara que os melhores momentos sejam em maior número esse ano. Já fiz mais aqui do que em todo ano passado, e ainda estamos em janeiro (risos)”.

Naomi Osaka tem hoje 21 anos, mesma idade que Petra tinha quando ganhou Wimbledon pela primeira vez. A tcheca diz lembrar que os momentos seguintes foram difíceis, mas também vieram com aprendizados. “Foi muito bom, sem dúvida, mas foi uma surpresa. Realmente não esperava”. “Só sei também que me senti muito pressionada depois. Por pessoas de fora e por mim mesma. Como se eu tivesse que ganhar todas as partidas porque ganhei um Grand Slam. (...) Você tem que aprender a lidar com toda a atenção que recebe, ainda jovem. Porém, lembro que deixei de lado e apenas continuei jogando”, completou.

Kvitova ainda comentou sobre a presença de Na Li após a partida. A ex-tenista chinesa, vencedora de Roland Garros e Australian Open, e futura membro do Hall da Fama, foi quem entregou o troféu a Naomi Osaka. “Queria que ela tivesse entregado o troféu para mim (risos), mas foi ótimo vê-la. Ela é incrível, estava belíssima e a admiro”.