Neste sábado (14), o Borussia Dortmund receberá o Hertha Berlin no seu famoso estádio Signal Iduna Park em partida válida pela última rodada da Bundesliga.

Apesar do time não ter ganhado nenhum título nesta temporada, o jogo será marcante por conta de alguns fatos extra campo, como o lançamento da camisa que será utilizada na próxima temporada e a despedida de alguns ícones do time, como Axel Witsel, que apesar de ter tido uma queda de produção nos últimos anos, foi uma importante peça do time em sua primeira temporada, Marcel Schmelzer, que fez parte do time comandado por Jürgen Klopp que levantou a Salva de Prata da Bundesliga por duas ocasiões e, por fim, Michael Zorc, ex-jogador, dirigente e figura lendária do time aurinegro.

Nascido e criado em Dortmund, Zorc se juntou do Borussia em 1978 e se aposentou como jogador, em 1998, porém a sua história com o BVB ainda estava longe de terminar, pois ele ainda permaneceria no clube por mais 24 anos como dirigente.

Os seus números com a camisa amarela são impressionantes: com 572 partidas disputadas, foi o jogador que mais entrou em campo pelo clube. Ele também vestiu a braçadeira de capitão por nove anos, sendo o líder mais longevo do time e ninguém celebrou tantos títulos como ele: foram cinco títulos da Bundesliga (1995, 1996, 2002, 2011 e 2012), quatro Copas da Alemanha (1989, 2012, 2017 e 2021), o único título da UEFA Champions League (1997) e o Mundial de Clubes conquistado naquele mesmo ano, inclusive com um gol marcado por ele. Se ele ganhou o status de lenda junto ao time e sua torcida, não foi por acaso.

Michael Zorc levantando a Copa da Alemanha. Foto: bvb.de
Michael Zorc levantando a Copa da Alemanha. Foto: BVB

 

A sua estreia como profissional foi em outubro de 1981, com 20 anos de idade e na posição de meio-campo defensivo. Apesar do clube ter vivido um período turbulento durante a década de 80, chegando a trocar de técnico nove vezes em menos de quatro anos, Zorc permaneceu firme, ajudando o time em momentos difíceis como na partida contra o Fortuna Cologne, onde marcou um importante gol que, posteriormente, seria decisivo para impedir que o time fosse rebaixado na partida de volta.

A faixa de capitão veio no ano de 1989 e ele foi o responsável por levantar a taça do primeiro título do time desde 1966 após a vitória por 4 a 1 sobre o Werder Bremen na final da Copa da Alemanha daquela temporada. O período em que ele foi responsável pela braçadeira foi uma das épocas de maior sucesso do clube, onde fora a Copa da Alemanha, o time ainda venceu duas vezes o campeonato alemão, uma Champions League e o Mundial de Clubes e contou com nomes como o suíço Stéphane Chapuisat, Matthias Sammer e Lars Ricken.

Nos anos de 1995 e 1996 Michael Zorc ainda foi o jogador que mais marcou pelo time, quando atuou de forma mais ofensiva para suprir a ausência de jogadores de ataque afastados por conta de lesões.

Em 1998 veio a aposentadoria dos gramados, mas não do Borussia Dortmund. Após pendurar as chuteiras ele assumiu um posto na diretoria de forma imediata. E após apenas alguns anos, encarou o duro desafio de gerenciar o time no meio de uma crise econômica: em meados de 2003 veio a tarefa de reduzir o orçamento do clube pela metade em uma temporada e meia enquanto a torcida mantinha a expectativa por performances dignas de um clube que havia vencido a Champions League a poucos anos antes.

Com a crise apertando o clube (que chegou beirar a falência), a direção resolveu apostar no então técnico do Mainz 05, Jürgen Klopp e com ele veio aquela que Zorc considera a década de maior sucesso do clube. De 2010 em diante o Dortmund passou a figurar em competições europeias constantemente e sempre terminou as temporadas nas primeiras posições da Bundesliga. Junto com o Klopp, ele ainda foi responsável por trazer nomes como Shinji Kagawa, Mats Hummels, Marco Reus e Robert Lewandowski, que foi a transferência de que ele mais se orgulha, conforme ele mesmo disse ao responder a algumas perguntas feitas por fãs nas redes sociais do BVB.

“A transferência do Robert Lewandowski é a de que eu mais me orgulho. Na época, não era tão claro. Ele (Lewandowski) não tinha vida fácil na liga polonesa, onde ele jogava contra zagueiros mais velhos e experientes. Alguns jogos quase nos faziam dormir de tão entediantes até que então, aos 88’, ele marcava novamente. Demorou um tempo para que ele se estabelecesse conosco, também, mas podia-se ver com facilidade a habilidade que ele tinha e como ele se desenvolveu para se tornar provavelmente o melhor atacante do mundo”.

Michael Zorc deixará o clube nas mãos de outro nome de peso, Sebastian Kehl, ex-volante que se aposentou recentemente e desde então se preparou para assumir o cargo de dirigente.

  • Carreira de Michael Zorc em números:

Jogos: 572

Gols: 159

Títulos como jogador: 2 Bundesliga, 1 DFB-Pokal, 4 Supercopa da Alemanha, 1 UEFA Champions League e 1 Mundial de Clubes.

Títulos como dirigente: 3 Bundesliga, 3 DFB-Pokal, 2 Supercopa da Alemanha.