Após muita espera, a Copa do Mundo chega à grande final. Neste domingo (18), às 12h, França e Argentina decidem o título no estádio Lusail, em Doha. Em campo, a forte geração francesa encara o time de Messi e cia em busca de cravar seus nomes na história do futebol.

Na semifinal, a Argentina superou a Croácia por 3 a 0, em mais uma atuação de alto nível de Lionel Messi. Já a França também confirmou o favoritismo e venceu por 2 a 0 a seleção de Marrocos, grande zebra do mundial. Agora, as duas equipes se enfrentam para conquistar, além da taça, feitos raros na história da Copa.

Atual campeã, a França busca repetir o feito de Brasil e Itália, e entrar no grupo das seleções que conquistaram o troféu duas vezes seguidas. Além disso, o técnico Didier Deschamps busca repetir o feito de Vittorio Pozzo, campeão com a Itália em 1934 e 1938, e se tornar o segundo treinador a vencer o mundial de forma consecutiva.

Por outro lado, a Argentina busca quebrar o tabu de vinte anos sem um sul-americano vencer a Copa do Mundo. Desde o Brasil em 2002, a única seleção da América do Sul que conseguiu chegar à final do torneio foi justamente a Argentina, em 2014, quando perderam para a Alemanha por 1 a 0 na prorrogação.

  • Duelo é recheado de história

O histórico do confronto passa pela Copa do Mundo desde o seu início. A primeira vez em que as seleções se enfrentaram foi no mundial de 1930, realizado no Uruguai, quando estrearam na competição. Os argentinos levaram a melhor com a vitória por 1 a 0, com gol marcado por Luis Monti.

Quarenta e oito anos depois, os dois países se encontraram novamente pela competição e, mais uma vez, dividiram o mesmo grupo, outra vez na América do Sul. Na Copa realizada na Argentina, os anfitriões novamente levaram a melhor e venceram por 2 a 1.

O terceiro confronto na Copa do Mundo aconteceu apenas quarenta anos depois. Pela primeira vez jogando em um mata-mata, a seleção francesa conquistou sua primeira vitória em cima da Albiceleste por 4 a 3, com show de Mbappe, que foi autor de dois gols.

Ao todo, as seleções já se enfrentaram outras 11 vezes entre amistosos e copas. No total, a Argentina tem seis vitórias, a França tem três, além de outros três empates. Em copas do mundo, a final de logo mais será o quarto encontro entre os países.

  • A decisão entre artilheiros

Outro confronto que acontecerá na grande final é entre MessiMbappé. Os dois camisas 10 dividem a artilharia do mundial com cinco gols cada. O argentino marcou um gol em todas as fases de mata-mata e foi peça fundamental para a classificação de seu país. Já o francês não balança as redes desde a vitória por 3 a 1 sobre a Polônia, quando marcou duas vezes. 

Outros dois jogadores que correm por fora no número de gols também estarão em campo. O argentino Julián Alvarez e o francês Giroud seguem na cola dos líderes, com quatro gols marcados cada. Ambos foram fundamentais para que suas seleções chegassem à decisão.

A briga de artilheiros pode quebrar um tabu de vinte anos. A última vez que uma seleção foi campeã e teve o artilheiro isolado da competição foi em 2002. Na ocasião, o Brasil levou a taça e teve Ronaldo como o líder no quesito, com oito gols feitos na competição.

Em 2010, a Espanha foi campeã mundial e teve David Villa como artilheiro. Porém o atacante espanhol dividiu o posto de goleador com o alemão Thomas Muller, o uruguaio Diego Forlán e o holandês Sneijder, todos com cinco gols marcados.

  • Scaloni pode mudar formação tática novamente

Uma das principais características da seleção argentina durante o mundial foi a variação na forma de jogo em cada partida. Para a final, essa mudança deve ocorrer mais uma vez.

O técnico Lionel Scaloni tem todo o seu elenco à disposição para o confronto decisivo diante da França. Acuña, que estava suspenso na semifinal, volta à equipe e deve ser titular na vaga de Tagliafico, que o substituiu diante da Croácia.

De acordo com a imprensa argentina, a tendência para o jogo é de que a escalação seja com três zagueiros. Com isso, Lisandro Martinez deve entrar no lugar do volante Paredes e compor a defesa ao lado de Otamendi e Romero.

Uma das razões para povoar a defesa com mais um defensor é o objetivo de parar o ataque francês, principalmente Mbappe. Durante a coletiva de imprensa, Scaloni chamou a atenção para a forma de jogar do adversário e exaltou o camisa 10. "A França tem um time que supre Mbappé e faz dele um jogador ainda melhor. Ele é um dos grandes jogadores”.

O treinador argentino também não escondeu o sentimento sobre a grande final da Copa.

"Estou orgulhoso e entusiasmado com o momento que vivemos. Estamos às portas de uma final mas o importante é a estrada. O grupo está no seu melhor. Espero que possamos ganhar a copa, seria ótimo”.

Provável escalação: Emiliano Martínez; Cristian Romero, Javier Otamendi e Lisandro Martínez; Nahuel Molina, Enzo Fernández, Rodrigo De Paul, Javier Mac Allister e Marcos Acuña; Julian Alvarez e Lionel Messi.

  • França não deve ter novidades

Ao longo dos últimos dias, o técnico Didier Deschamps chegou a ligar o sinal de alerta com algumas preocupações que surgiram. Na sexta-feira, Varane, Konaté, Tchouaméni, Coman e Theo Hernández não treinaram devido a sintomas de gripe.

Contudo, no sábado, todos participaram das atividades normalmente e estarão à disposição para a partida. Sem nenhum jogador suspenso, o treinador francês contará com praticamente todo o elenco para a final.

As únicas dúvidas com relação aos onze iniciais são na zaga e no ataque. Upamecano, que não jogou a semifinal, está de volta e disputa a posição com Konaté, que o substituiu contra o Marrocos e correspondeu positivamente. 

Na frente, Giroud deve seguir como titular. Porém, Marcus Thuram corre por fora e chegou a ser testado no lugar do vice-artilheiro francês no último treino. Nas outras posições, a equipe não deve sofrer nenhuma alteração.

Deschamps falou com a imprensa sobre a importância de gerir o emocional próximo de uma grande partida, como a final do mundial.

“O importante na preparação para um jogo destes é manter a calma. Qualquer final, ainda mais uma Copa do Mundo, inclui a partida, mas também um contexto particular. O objetivo é conseguir mais um título, vamos fazer de tudo para conseguir o que queremos”.

Provável escalação: Lloris, Koundé, Varane, Upamecano e Theo Hernández; Tchouaméni e Rabiot; Dembélé, Griezmann e Mbappé; Giroud.

  • Arbitragem

Árbitro: Szymon Marciniak (POL);

Assistente 1: Pawel Sokolnicki (POL);

Assistente 2: Tomasz Listkiewicz (POL);

Quarto árbitro: Ismail Elfath (EUA);

VAR: Tomasz Kwiatkowski (Polônia).